quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

DOENÇAS DE PELE: Dermatologista dá dicas de como evitar micoses no verão

29/12/2011
/REPÓRTER: Com a chegada do verão, algumas doenças acabam aparecendo, como as micoses e o bicho geográfico. Nas praias muita gente passa o dia inteiro com a mesma roupa de banho úmida, e isso acaba aumentando os riscos de desenvolver doenças relacionadas à pele, como as irritações causadas por fungos. De acordo com o dermatologista do Grupo Hospitalar Conceição, Paulo Andrade, esses parasitas muitas vezes são oportunistas e se instalam em regiões do corpo que já apresentam algum tipo de irritação. Ele explica quais os locais onde as doenças são mais frequentes.

TEC/SONORA: dermatologista do Grupo Hospitalar Conceição, Paulo Andrade
"Regiões inguinais, que são as virílias, a região dos pés, a planta dos pés, são zonas até mais freqüentes de surgir. Além disso em praias, em ambientes coletivos há probabilidade maior de se adquirir em função de que as pessoas estão mais expostas por contaminação na própria natureza."

LOC/REPÓRTER: Segundo o especialista, as doenças de pele podem ser transmitidas por contato, mas o risco é baixo. Ele dá dicas do que fazer para evitar o incômodo.

TEC/SONORA: dermatologista do Grupo Hospitalar Conceição, Paulo Andrade
"Então a recomendação é que este tipo de roupa que seja trocada assim que possível. A pessoa se banha com sabonete suave, neutro, enxaguando sempre muito bem a pele. Usar o indicado em época de verão, roupas de tecido de algodão, é um tecido que não é irritante para a pele, absorve suor, e também os pés manter mais arejados porque é uma época que sua muito para pessoas que andam calçadas o dia inteiro."

LOC/REPÓRTER: O dermatologista Paulo Andrade afirma ainda que existem dois tipos de tratamentos, os de uso local, em formas de cremes e loções e  medicamentos por meio de xaropes. Segundo ele, se tratados no início, os problemas são facilmente solucionados com os cremes e loções.

Reportagem: Amanda Mendes

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

CGU constata desvios de até R$ 1,1 bilhão em 5 ministérios

Investigações da Controladoria Geral da União (CGU) constataram desvios potenciais de R$ 1,1 bilhão em órgãos sob responsabilidade dos ministérios dos Transportes, Agricultura, Turismo, Esporte e Trabalho. As cinco pastas foram comandadas por ministros afastados pela presidente Dilma Rousseff por suspeita de irregularidades. O montante inclui tanto recursos pagos quanto dinheiro cuja liberação chegou a ser barrada antes do pagamento. As informações são do jornal O Globo.
A soma não inclui investigações ainda em curso da Polícia Federal (PF), que apura se houve ou não pagamento de propina a servidores, apontados como facilitadores dos esquemas de corrupção. A apuração da CGU também identificou 88 servidores públicos que estariam envolvido nas fraudes. A maior fonte de irregularidades apurada se concentra no Ministério dos Transportes, onde o ex-ministro Alfredo Nascimento (PR) montou uma estrutura ligada a seu partido, à qual cabia a responsabilidade de decidir o destino de recursos para obras em estradas e ferrovias. Pelo menos 55 funcionários da pasta - quase todos afastados de suas funções - são investigados em 17 sindicâncias ou processos disciplinares instaurados para apurar desvios de verbas.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Corrupção no Brasil: inúmeros casos

O link apresenta os casos mais comentados de corrupção no Brasil.  O trabalho de coleta é da melhor enciclopédia livre do Brasil: Wikipédia. Maravilha para quem gosta de saber os fatos que aconteceram no Brasil dos anos 70 para cá. Boa leitura.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_esc%C3%A2ndalos_pol%C3%ADticos_no_Brasil

A corrupção no Brasil


Por Marcos Oliveira Mendes
    Decidi falar, hoje, sobre um tema que, apesar de muito “batido”, continua mais atual do que nunca, a corrupção no Brasil.

O Brasil passa por uma situação delicada ao se falar em corrupção. Roubos, fraudes, falcatruas, principalmente na classe política, levam a população a desacreditar no país. O principal combustível deste processo é a impunidade, a qual, aliada com aqueles que fazer a lei, beneficia os ricos em detrimento dos pobres.

Notam-se, ao observar os fatos ocorridos nestes últimos anos, cada vez mais escândalos envolvendo deputados, senadores e até ministros, além dos seqüestros, assassinatos e demais crimes de violência, que atingem números alarmantes. “Esquema P. C. Farias” e “escândalo da administração de Paulo Maluf” nos anos noventa, “mensalão”, “escândalo das sanguessugas” e o “caso João Hélio” recentemente, são apenas alguns exemplos.

Por que casos de desvio de dinheiro público não param de aparecer no Brasil?

Estarrecidos com tais casos que são relatados diariamente nos meios de comunicação, os brasileiros esperam ansiosamente uma solução que nunca vem. A falta de punição ainda impera, quase tudo sempre “acaba em pizza”. É aí que reside o papel da justiça, acabar com o atual quadro de letargia e elaborar leis mais eficazes e igualitárias para todas as classes.

Se a impunidade impulsiona o aumento dos crimes, eliminá-la, então, é o meio mais consistente de acabar também com a onda de corrupção que assola o Brasil. Isso é possível com uma reestruturação nas regras do país, de modo que elas atuem com igualdade entre as classes, adquirindo mais rigor e agilidade.

Ministro da Saúde manifesta-se contra álcool em estádios

Opinião

"Sou totalmente contra a essa brecha da Lei da Copa que diz que bebida alcoólica poderá ser vendida dentro dos estádios de futebol", disse o ministro

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou hoje ser contrário à comercialização de bebidas alcoólicas em jogos de futebol. A proposta de liberar a venda e o consumo em bares e restaurantes dentro dos estádios está no relatório do deputado federal Vicente Cândido (PT-SP), relator do projeto que trata da Lei Geral da Copa. "Sou totalmente contra a essa brecha da Lei da Copa que diz que bebida alcoólica poderá ser vendida dentro dos estádios de futebol", disse o ministro durante audiência de uma subcomissão da Câmara que discute o consumo de bebidas.

A posição de Padilha é oposta a do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que participa de uma audiência da comissão de Turismo e Desporto. Aldo afirmou que, seguindo esse caminho, em breve as bebidas poderão ser barradas do carnaval e da sociedade. Questionou ainda por que não se pode vender bebidas em jogos, mas se permite o comércio em outro tipo de evento. "Em um estádio de futebol durante uma partida não pode ter bebida e no show da Madonna pode ter?", questionou Rebelo.

Fonte: G1

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Ministro Hage: Concorre ao prêmio de melhores de 2011


Jorge Hage
Há cinco anos, o baiano Jorge Hage comanda uma tropa de 2.438 funcionários - número que é metade do considerado ideal -, que se movimentam num campo minado: o da corrupção nos domínios do governo. O ministro da Controladoria Geral da União - que já foi prefeito de Salvador (1975-77), deputado estadual e federal - apresenta uma lista de resultados que impressiona. Os primeiros 11 meses do governo Dilma Rousseff dão uma amostra da atuação do órgão: no Ministério dos Transportes, uma força-tarefa da CGU contabilizou prejuízo potencial, em obras e contratos, de R$ 682 milhões; no Turismo, uma série de auditorias em contratos fraudulentos deu origem à famosa Operação Voucher, da Polícia Federal, que cumpriu 38 mandados de prisão a funcionários da pasta; nos Transportes a CGU cobra devolução de R$ 26,5 milhões de contratos irregulares de ONGs e governos com o ministério; e, no Trabalho, foram identificados 26 contratos irregulares firmados pela pasta. Nomeado pela Presidência da República para o cargo - por Lula em 2006 e por Dilma no início deste ano -, Hage, de 73 anos, diz que nunca se sentiu pressionado pelo governo a não levar até o fim as investigações conduzidas pela CGU. Recentemente, uma frase sua deu a devida dimensão do que vinha ocorrendo no Ministério dos Transportes e que muitos do Planalto tentavam minimizar: "A corrupção está no DNA do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Governo anuncia R$ 14,8 bilhões em investimentos privados no RS

Compartilhado do site do Governo do Estado.
O Governo do Estado anunciou nesta terça-feira (20) uma carteira de R$ 14,8 bilhões em investimentos no Rio Grande do Sul garantidos por empresas. Desse total, R$ 4,7 bilhões entraram no ambiente de negócios em 2010 e R$ 10,1 bilhões em 2011, totalizando 60 projetos de 21 setores. Os dados foram apresentados pelo secretário do Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI), Mauro Knijnik, durante balanço do Sistema de Desenvolvimento Econômico. O titular da Fazenda, Odir Tonollier, também detalhou as principais ações financeiras executadas para amparar a atração de investimentos e o aumento da produção das empresas gaúchas.

Para o governador Tarso Genro, esses dados mostram que o Estado está vencendo os desafios para se alinhar ao processo de desenvolvimento do Brasil. "O Rio Grande do Sul está se organizando institucional, financeira e orçamentariamente para dar um salto com inclusão social e produtiva", disse. O Chefe do Executivo confirmou que no mês de março de 2012 a SDPI e a Agência de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) vão concluir a elaboração de uma nova política industrial que servirá de modelo de desenvolvimento, ao pensar e propor ações para 22 setores da economia gaúcha.

"O levantamento dos investimentos produtivos é uma fotografia do vigoroso e competitivo ambiente de negócios que vive o Rio Grande do Sul", afirmou Knijnik, ressaltando o êxito da política de desenvolvimento orientada pelo governador Tarso Genro. Além dos investimentos confirmados, o titular da SDPI disse que os técnicos do Sistema de Desenvolvimento Econômico trabalham na prospecção de outros R$ 12,8 bilhões em novos projetos industriais, elevando o estoque de investimentos para R$ 27,6 bilhões.

Entre os setores destacados está o da indústria oceânica, que engloba R$ 2,7 bilhões de investimento. Durante o balanço apresentado no Salão Negrinho do Pastoreio, do Palácio Piratini, foi assinado um protocolo de intenções para a instalação de mais um estaleiro em Charqueadas, da empresa UTC Engenharia, que se soma a outros dois empreendimentos navais na cidade. "A Região Metropolitana ainda concentra a maior parte (dos investimentos), mas é importante notar que sete já estão localizados na região Sul, confirmando o avanço do nosso projeto de descentralização", explicou Knijnik.

Com o balanço, foram apresentados números da atuação do BRDE e do Badesul, que juntos emprestaram R$ 837 milhões até o final de outubro de 2011. "Os bancos de fomento foram conectados às prioridades da estratégia de desenvolvimento em curso", disse Knijnik. No ato, o Badesul assinou com o Sebrae-RS e a CRP Participações a criação de um fundo de investimentos de até R$ 100 milhões para capitalizar empresas com potencial de crescimento. O fundo também terá o aporte da Nossa Caixa, fundo de pensão Previ e Banco Latinoamericano de Desenvolvimento.

Balanço da Fazenda Ao citar as principais ações da pasta para impulsionar o desenvolvimento, o secretário de Estado da Fazenda, Odir Tonollier, ressaltou a incorporação e a ampliação do Super Simples do Governo Federal. Tonollier disse que o Rio Grande do Sul não só englobou o Simples Nacional de forma integral como foi além. "Enquanto outros Estados o fizeram parcialmente, nós o adotamos e ainda criamos incentivos a mais", ressaltou.

"Também tomamos medidas fortes e importantes como a inserção das cooperativas no Simples Gaúcho. Na prática, isso era impossível", afirmou, referindo-se ao projeto de redução de carga tributária para cooperativas e pequenas empresas. O patamar de desenvolvimento do Estado pode ser notado pelo desempenho do ICMS. Conforme Tonollier, alguns setores gaúchos apresentaram "aumento significativo" de faturamento e arrecadação: é o caso do setor de móveis/madeira, cuja variação em relação a 2010 (acumulado até outubro) chegou a 30,2%, seguido de motores/máquinas/equipamentos, com crescimento de 29,2%.

O Banrisul, por sua vez, injetou R$ 30 bilhões na economia gaúcha. Entre os projetos estão: crédito rural (R$ 1,7 bilhão), microcrédito para prefeituras e Oscips (R$ 45 milhões), cartões do BNDES (R$ 1,4 bilhão), carteira de câmbio (R$ 10 bilhões), carteira imobiliária (R$ 1,8 bilhão) e ampliação do atendimento (86 agências novas e 116 postos de atendimento bancário em cidades que não tem agência).

Arranjos Produtivos Locais (APLs) O Governo do Estado também comemorou a liberação de R$ 2,3 milhões, em 2011, para o programa de apoio aos Arranjos Produtivos Locais (APLs) e núcleos de Extensão Produtiva - transferências de recursos que têm como objetivo incentivar a economia da cooperação. Ao todo, os convênios assinados em 2011 vão beneficiar pelo menos 2,1 mil empresas.

Na ocasião foram assinados convênios para a capacitação de Gestores de APLs e para a reformulação da metologiada de Extensão Empresarial com a Unisinos, no valor de R$ 182,1 mil. Para os APLs da Serra, Polo de Moda e Metalmecânico da região de Caxias do Sul, de Tecnologia da Informação e Moveleiro da região de Bento Gonçalves, em parceria com a Universidade de Caxias do Sul (UCS), foram liberados R$ 1,2 milhão. Já para o APL Metalmecânico Pós-Colheita, e para o Noroeste Colonial, foram liberados recursos para o plano de desenvolvimento, coordenação e gestão do Arranjo e para a infraestrutura da área industrial do município de Panambi, no valor de R$ 1,3 milhão.

Outros números do desenvolvimento - R$ 26 bilhões em investimentos públicos, sendo R$ 11,5 bilhões em obras de infraestrutura de apoio à atividade empresarial e R$ 14,5 bilhões em contratos da Petrobrás.

- R$ 2,5 bilhões incentivados, dos quais R$ 1,3 bilhão em Fundopem aprovado e em análise e R$ 1,2 bilhão em incentivos financeiros para a instalação de empresas.

- 200 empresas atendidas pelo Sistema de Desenvolvimento, das quais 30 na modalidade Sala do Investidor.

- R$ 112 milhões na qualificação da de áreas industriais dos municípios, sendo que 10 projetos foram aprovados em 2011 e cerca de R$ 110 milhões serão aplicado na área industrial de Guaíba.

Assinaturas e convênios Na cerimônia, além dos voltados par os APLs, Fundo Badesul e UTC, também foram assinados os seguintes convênios:

* SDPI-Corsan: Contratação e a execução das obras de implantação do sistema de abastecimento de água da Área Industrial de Guaíba pela Corsan.

 * SDPI-Fiergs: Ações para o fortalecimento do Programa de Estruturação, Investimento e Pesquisa em Gás Natural, Petróleo e Indústria Naval do Rio Grande do Sul (PGPIN).

* SDPI-Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos -ABIMAQ:Fortalecimento da Indústria de Bens de Capital e sua Cadeia Produtiva.

* Assinatura do decreto que reeditou o texto do Programa Pró-Inovação.

* Termo de cooperação técnica entre a SDPI e a prefeitura de Santa Rosa, dentro do Programa de Apoio aos Municípios, para a infraestrutura da área industrial do município, no valor de R$ 472.132,33.

* Termo de cooperação técnica entre a SDPI e a prefeitura de Panambi, dentro do Programa de Apoio aos Municípios, para a infraestrutura da área industrial do município, no valor de R$ 612.841,20.

* Convênio de parceria e financiamento de bens imóveis entre o Banrisul e a Cooperativa da Construção Civil do Estado do Rio Grande do Sul (Coopercon).

domingo, 18 de dezembro de 2011

Pelo combate à pirataria, ao contrabando e à falsificação

05/12/2011 | 09:29
A cada dia que passa me convenço mais que a pirataria é um crime econômico na sua essência, praticado por organizações fraudulentas, relacionado ao tráfico de armas e de entorpecentes, à corrupção, à sonegação fiscal e à lavagem de dinheiro.

A luta contra os ilícitos é infinita, mas aproveito a passagem do Dia Nacional de Combate à Pirataria, lembrado no último dia 3 de dezembro, para refletir sobre a escala em que está sendo praticada esta atividade.

Ao lado da forte demanda por produtos pirateados, especialistas citam outros atrativos para o crime. A começar pelos valores. Piratear é barato. Produzir um produto pirata custa menos da metade da produção do produto original, pois apenas se copia o que outros levaram anos para desenvolver.

O segundo atrativo é a lucratividade. Com demanda altamente aquecida e baixo custo, o lucro é elevado. De acordo com o Conselho Nacional de Combate à Pirataria, o valor de um produto falsificado chega a ser 93% mais barato que o original.

Por último, a velha e abominável impunidade, pois a pirataria conta, se não com a aprovação, com a leniência da sociedade, que compra compulsivamente todos os tipos de produtos.

Além do prejuízo na arrecadação de impostos – estima-se que o consumo ilegal traz um prejuízo aproximado de 30 bilhões de reais por ano -, a pirataria ainda gera desemprego, problemas de saúde, rouba invenções e idéias de terceiros, pratica concorrência desleal e alimenta o crime organizado.

Está na hora de retomarmos, com todos os órgãos públicos, o combate à pirataria, ao contrabando e à falsificação. Acredito piamente que a união da vontade política com a integração entre os diversos poderes municipais, estaduais e federal ligados à justiça e segurança é capaz de operar mudanças profundas no que, antes, parecia imutável.

Por isso, tomei a iniciativa de retomar no mês passado o Fórum de Combate à Pirataria, ao Contrabando e à Falsificação aqui em Porto Alegre. A repressão ao crime é apenas uma das vertentes possíveis de trabalho no combate aos ilícitos, que passa, necessariamente, pela educação da sociedade e pelo aperfeiçoamento das leis relativas ao assunto.

Também não há dúvidas de que a coragem e o empenho das Entidades, Órgãos Públicos, Empresários e dos três poderes ampliam a esperança de que um dia o comércio ilegal poderá tornar-se coisa do passado.

* vereador e presidente do PT-POA
Por Adeli Sell.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Abertura do evento comemorativo do Dia Internacional contra a Corrupção 2011

Local: Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, Brasília (DF)
Data: 09 de dezembro de 2011
[Saudações iniciais]
Senhora Ministra-Chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann
Senhor Ministro da AGU, Luís Inácio Lucena Adams
Senhor Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra
Senhor Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel
Senhor Presidente do TCU, Benjamin Zymler
Senhor Presidente da Comissão de Ética da Presidência da República, Ministro Sepúlveda Pertence
Senhor Deputado Francisco Praciano, Pres. da Frente Parlamentar contra a Corrupção
Senhor Representante do UNODC, Bo Mathiasen
Senhor Representante da UNESCO, Guilherme Canela
Srs. Membros de outros Poderes da República aqui presentes,
(Srs. Parlamentares, Magistrados, Membros do Ministério Público)
Srs. Especialistas Internacionais convidados,
Demais Autoridades,
Senhores representantes da Sociedade Civil,
Senhores Jornalistas,
Meus companheiros de trabalho na CGU, a quem saúdo na pessoa do Secretário-Executivo, Luiz Navarro,
Senhores servidores de outros Órgãos,
Minhas senhoras e meus senhores,
O mundo celebra hoje o Dia Internacional Contra a Corrupção, instituído pela Assembléia Geral das Nações Unidas, por proposta do Brasil, em 2003.
Como sabemos todos, o fenômeno da corrupção afeta praticamente todos os países do mundo e, indistintamente, entidades públicas e instituições privadas, comprometendo a efetividade das políticas públicas e o crescimento econômico e social, na medida em que distorce até mesmo os mecanismos do mercado, tanto nas nações desenvolvidas, quanto naquelas em desenvolvimento.
Por isso é que o debate sobre os mecanismos para se prevenir e combater a corrupção tem-se ampliado, mobilizando, nos últimos anos, governos e sociedades pelo mundo afora, em todos os continentes.
Evidências disso são as sucessivas reuniões, fóruns, conferências, além dos acordos e tratados internacionais cujo objetivo é equacionar e enfrentar esse grave problema da humanidade.
Para citar apenas as Convenções voltadas ao tema e das quais o Brasil é signatário, temos a Convenção das Nações Unidas, a mais ampla de todas, a da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Mas, para além das Convenções, vemos multiplicarem-se as iniciativas e instrumentos de debate, reflexão e estímulo à adoção de medidas práticas contra a corrupção, em outros foros e instâncias, como por exemplo, no G-20, no Banco Mundial, no BID, no Forum Econômico Mundial, na Associação Internacional de Agências Anticorrupção (IAACA), nas Conferências Internacionais Anticorrupção (IACC), na Parceria para Governo Aberto (OGP), que acaba de reunir-se aqui em Brasília, nos últimos 3 dias, após ser lançada em setembro, em Nova York, pela Presidenta Dilma Roussef ao lado do Presidente Barack Obama.
E nosso país se faz presente em todos esses fóruns, sem exceção, porque, nos últimos anos, o Brasil passou a tratar com seriedade, desse problema. Passou a encará-lo de frente, ao invés de procurar escondê-lo, fazendo de conta que não existia.
Sim, não há como não reconhecer que, desde 2003, muito foi realizado nessa área, o que levou o Brasil a assumir, inclusive, uma posição de protagonismo no contexto das nações, também nessa matéria.
E o dia 9 de Dezembro passou a representar, para nós, um momento especial de balanço dos avanços conquistados ao longo de cada ano, e também a oportunidade para anunciarmos novas medidas e iniciativas nessa tarefa que é permanente, de prevenção e de combate à corrupção.
Permitam-me, assim, fazer aqui uma breve retrospectiva, começando pelo ano de 2004, quando, pela primeira vez, celebramos o Dia Internacional Contra a Corrupção.
Naquele ano, lançamos o Portal da Transparência, que representou um marco inicial em nossa luta pela transparência pública, a coroar-se, faz poucos dias, com a sanção, pela Presidenta Dilma Roussef, da nossa Lei de Acesso à Informação.
Ao lado disso, tivemos a honra de sediar, nesta semana, como disse, aqui em Brasília, a Reunião dos países pioneiros da Iniciativa de Governo Aberto (a OGP), que o Brasil lidera, com os Estados Unidos da América.
O sucesso do Portal da Transparência do Governo Federal, criado e administrado pela CGU, fala por si mesmo. Trata-se de um dos mais completos sites existentes no mundo em seu gênero.
E desde o ano passado (2010), as despesas do Governo são lançadas diariamente no Portal. Isto é: tudo o que se empenhou ou pagou hoje, estará exposto no Portal amanhã. Isso é algo inédito no mundo.
A iniciativa tem sido motivo de sucessivos convites recebidos pelo Brasil para apresentá-la em países e em eventos os mais diversos. O Portal já recebeu diversas premiações, entre elas prêmio da ONU como uma das cinco melhores práticas no campo das estratégias de prevenção e combate à corrupção ao redor do mundo.
Ainda lembro que também foi no Dia 9 de Dezembro de 2004, que ocorreu o lançamento nacional da cartilha “Olho Vivo no Dinheiro Público” e do concurso de monografias e redações destinado a estudantes dos níveis fundamental, médio e superior.
Aproveito para parabenizar os vencedores da edição do Concurso de Monografias deste ano, aqui presentes.
O Programa Olho Vivo no Dinheiro Público é voltado para o estímulo ao controle social, realizando cursos presenciais e à distância, para cidadãos, líderes comunitários, professoras e membros de conselhos locais. Ele já foi contemplado com o Prêmio Educare (Prêmio Nacional de Excelência na Educação).
Já o 9 de Dezembro de 2005 foi marcado pelo início mais efetivo da prática de trabalho integrado dos órgãos de defesa do Estado no combate à corrupção. Acredito que um dos traços mais marcante desta celebração seja a presença, que reflete a participação integrada de tantas instituições públicas que, hoje, atuam de forma articulada para enfrentar a corrupção.
Isto não era assim antes. Ainda lembro-me das dificuldades nos primeiros anos.
A Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal (vinculada ao Ministério da Justiça) hoje atuam juntas, em operações e investigações, que ora nascem dos trabalhos da CGU, comunicados à Polícia quando há indícios de crime, ora resultam de inquéritos policiais, em que a CGU é chamada a contribuir com seu know how em auditoria. E, quando é o caso, a participar das Operações Especiais.
Ao lado disso, a Controladoria mantém parceria, há vários anos, com o Ministério Público, a quem são enviados, sistematicamente, na forma da lei, os resultados de suas auditorias, sempre que há indícios de ilícitos, além dos seus processos administrativos disciplinares. Daí tem-se originado inúmeras Ações Penais e Ações de Improbidade.
Do mesmo modo, com a AGU, que, passando a atuar bem mais que antes no pólo ativo, já ajuizou centenas de ações de improbidade ou ressarcimento, fundadas em auditorias e fiscalizações da CGU.
A Comissão de Ética Pública, instituição irmã, que nos fornece as orientações que necessitamos em matéria de ética e de conflito de interesses, e a quem prestamos sempre as informações que solicita das nossas auditorias.
Com o COAF, a interação é permanente, também desde 2005; e hoje, a maior parte de nossas Sindicâncias Patrimoniais, que investigam casos de enriquecimento ilícito de servidores federais, nasce de relatórios de inteligência do COAF, a partir de informações de operações financeiras suspeitas, que envolvam agentes públicos.
E com o Tribunal de Contas da União não poderia ser diferente: além da relação de raiz constitucional que nos interliga, e de toda a interlocução permanente que mantemos, sobretudo em situações especiais como as Obras da Copa, a CGU já encaminhou ao Tribunal mais de 12 mil Tomadas de Contas Especiais (TCE), entre 2003 e 2010, envolvendo o retorno potencial da ordem de R$ 7,3 bilhões de reais aos cofres públicos.
Tudo isto comprova que vivemos novos tempos: tempos em que os órgãos públicos se organizam e se articulam, para melhor enfrentar os desvios, a improbidade, o crime engravatado e a corrupção. Tempos em que o Ministério Público atua na plenitude da sua autonomia, como nunca antes pode atuar. Tempos em que uma imprensa absolutamente livre, como temos hoje, esmera-se cada vez mais em denunciar.
Se, ao chegar ao Judiciário, as dificuldades são maiores e os processos não fluem como seria de desejar, é porque aí nos deparamos com um dos principais obstáculos ainda a serem vencidos: a legislação processual brasileira, que clama por reforma urgente, a partir do próprio texto constitucional, questão da qual tratarei um pouco adiante.
O Dia 9 de Dezembro de 2006 foi marcado pelas iniciativas de sensibilização e capacitação dos membros dos conselhos municipais e da população dos municípios para acompanhar e fiscalizar o uso do dinheiro público por parte dos governantes.
O site infantil da CGU, destinado a atrair o interesse da juventude para o debate sobre ética e controle social, foi ao ar em dezembro de 2007. E os concursos de desenho e redação, também iniciados naquele ano, já superaram a marca de 600 mil trabalhos concorrentes, com a mobilização de quase 900 mil estudantes.
E para consolidar todo o trabalho de mobilização e capacitação da sociedade para o exercício do controle social, estamos organizando agora a 1ª Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social, a CONSOCIAL, cuja etapa nacional ocorrerá aqui em Brasília, em maio do próximo ano. Esperamos a mobilização de mais de 1 milhão de pessoas em todo o país ao longo do processo.
O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas ou Suspensas (CEIS), acessível por meio do Portal da Transparência, foi disponibilizado a partir de dezembro de 2008. A idéia do CEIS é a de reunir, em um único banco de dados, as listas de empresas punidas pela prática de irregularidades em licitações, fraudes fiscais ou descumprimento de contratos, de modo a permitir o cumprimento da Lei nº 8.666, para que um órgão público não venha a contratar uma empresa declarada inidônea por outro órgão ou outra unidade da federação. No momento, o CEIS registra uma lista de mais de 5 mil empresas declaradas inidôneas ou suspensas.
Tivemos também a oportunidade, em 2008, de lançar o projeto “Um por todos e todos por Um”, iniciativa conjunta da CGU e do Instituto Mauricio de Sousa, a fim de contar com o reforço especial da Turma da Mônica para desenvolver nas crianças conceitos e valores fundamentais para a formação de uma cultura ética.
E com o objetivo de atrair mais especificamente o público jovem a esta luta, teremos a satisfação de iniciar aqui hoje mais um Projeto em parceria com o Maurício de Sousa, que nos dará o privilégio de sermos os primeiros a ter um projeto com a sua mais recente criação: a Turma da Mônica Jovem.
Em 2009, nesta data, o então Presidente Lula, comparecendo à cerimônia, assinou mensagem encaminhando ao Congresso Nacional projeto de lei que passa a considerar como hediondo o crime de corrupção quando cometido por altas autoridades. Este e outros projetos sobre a matéria, como o de Criminalização do Enriquecimento Ilícito, de Responsabilização de Pessoas Jurídicas por Atos praticados contra a Administração Pública Nacional e Estrangeira e o que regulamenta o Conflito de Interesses, ainda estão à espera de aprovação pelo Congresso Nacional.
E, por fim, em 2010, promovemos o lançamento do Cadastro de Empresas Pró-ética, pois, quando se fala em corrupção, não é possível olhar apenas um lado do problema – o setor público – deixando de fora o setor privado. Aliás, corrigir essa distorção de enfoque é uma tendência atual que vai-se generalizando. O próprio Fórum Econômico Mundial criou um programa específico para isso: o Pacto Empresarial Anti-corrupção, que já envolve centenas de empresas globais.
Aqui no Brasil, o nosso governo foi um dos primeiros no mundo a tomar iniciativa semelhante, em nível interno, em parceria com Instituto Ethos de Responsabilidade Empresarial.
No que toca ao Controle Interno, especificamente, são milhares de Auditorias e Fiscalizações, ano após ano, seja nas Auditorias Ordinárias de Contas, nas Fiscalizações das Transferências a partir de Sorteios Públicos, nas Auditorias Especiais e Investigativas ou nas de Acompanhamento Sistemático dos Programas de Governo, e, ainda, na Orientação aos Gestores.
Também utilizamos o que há de mais moderno em tecnologia da informação, para monitorar a aplicação do dinheiro público, no Observatório da Despesa Pública, ferramenta criada pela Controladoria para cruzar grandes volumes de informações, com o objetivo de detectar tipos repetitivos de fraudes. O Observatório é a “malha fina” da despesa, sendo capaz de monitorar, de forma ágil, a ocorrência de situações atípicas na execução do gasto público.
Outra frente de batalha é a vertente punitiva, o que é feito pela nossa Corregedoria-Geral. Se não podemos contar com as sanções penais ou civis de improbidade, pela via judicial – que seria o ideal – nós do Executivo fazemos o que está ao nosso alcance. Aplicamos todas as sanções cabíveis na esfera administrativa: de um lado aos agentes públicos ímprobos; e de outro, às empresas fraudadoras ou corruptoras.
Em consequência desse trabalho, já foi possível excluir da Administração Federal cerca de 3.500 agentes públicos envolvidos, principalmente, em ilícitos ligados à corrupção. E, entre esses, mais de 300 ocupantes de altos cargos.
Desse modo, a Administração deixa de ficar apenas à espera da punição pela via judicial e passa a dar efetividade às previsões da lei para as sanções que ela própria (a Administração) pode e deve aplicar, contribuindo (dentro do que lhe cabe) para a reversão da histórica cultura da impunidade.
A luta contra a corrupção, como a luta contra o crime em geral, não tem fim e não tem trégua. Por isso mesmo, nunca podemos nos dar por satisfeitos com o que já conquistamos. Há que seguir avançando, sempre e em todas as frentes.
Depois de muito esforço, o Governo conseguiu que o Congresso aprovasse a Lei de Acesso à Informação, que veio preencher uma séria lacuna do nosso ordenamento jurídico e também nos nossos compromissos internacionais.
Ela alcança União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e terá vigência após 180 dias da publicação.
A partir dessa lei, a informação pública é a regra, e o sigilo, a exceção. Também estão previstas medidas de responsabilização dos agentes públicos que retardarem ou negarem indevidamente a entrega de informações.
E para preparar a Administração Federal para essa nova era, a CGU firmou Acordo de Cooperação com a Unesco, que inclui, entre outras medidas, a montagem de sistemas informatizados para o recebimento e tramitação das demandas de documentos, a criação os Serviços de Informação em cada um dos órgãos públicos e a capacitação dos servidores para as novas demandas.
No âmbito desta parceria, hoje lançamos uma cartilha com informações básicas sobre a lei, que será distribuída aos servidores públicos, para facilitar a compreensão do seu papel em assegurar o direito de acesso à informação.
Uma das principais unidades da CGU que cuidará dessa nova tarefa será a Ouvidoria Geral da União, que, para isso, está sendo inteiramente reformulada e fortalecida.
Também no que depende, no plano normativo, do próprio Poder Executivo, estamos sempre avançando e inovando, fechando as portas e os ralos dos desvios, como por exemplo, quando da assinatura pela Presidenta Dilma, de vários Decretos recentes, neste ano de 2011.
Em junho deste ano, a Presidenta Dilma assinou um ato que vai dificultar muito o desvio dos recursos transferidos de forma automática (isto é, sem depender de convênios) a Estados e Municípios, relativos a programas nas áreas de Saúde e Educação. Além de acabar com os saques em dinheiro pelas Prefeituras, uma das portas abertas ao desvio, o Decreto n.º 7.507 estabelece que os pagamentos se deem somente mediante transferência eletrônica ou equivalente, de modo que os fornecedores e prestadores de serviços sejam devidamente identificados.
Já em setembro, outro decreto estabelece regras mais rigorosas para a celebração de convênios com ONGs. Essa nova norma proíbe convênios com entidades que não tenham pelo menos três anos de experiência na área objeto do convênio ou que já tenham praticado quaisquer irregularidades na execução de convênios anteriores; exige chamamento público para a escolha da ONG e, ainda, que o próprio ministro assine o convênio, sem possibilidade de delegação dessa competência.
A guerra contra a corrupção, repito, não tem fim e não tem tréguas.
Muitos são ainda os desafios a serem enfrentados, especialmente para que o país possa avançar como um todo, de forma mais homogênea, na luta anticorrupção. O Brasil é um país federativo e é grande a autonomia de cada um dos entes da federação. O que vem sendo feito na esfera federal precisa ainda encontrar mais eco nos estados e municípios.
Ninguém desconhece também que as causas mais profundas da corrupção têm raízes em questões mais amplas, como o financiamento privado de campanhas e de partidos, o sistema eleitoral, os meandros da elaboração do orçamento público, e, sobretudo, a urgente necessidade de reforma das leis processuais penais, que são, hoje, a principal garantia de impunidade.
Se conseguíssemos, por exemplo, que o nosso Congresso aprovasse a chamada Emenda dos Recursos, seja em sua forma inicial, assinada pelo Senador Ricardo Ferraço (que suprime os Recursos Extraordinário e Especial, substituindo-os por Ações Rescisórias), seja na forma do substitutivo do Senador Aloysio Nunes Ferreira (que mantém esses Recursos, mas estabelece que eles não impedem o trânsito em julgado da decisão de 2º Grau), isso permitiria a prisão dos corruptos após o julgamento por um Tribunal, acabando com a terrível sensação de impunidade que vivemos em nosso país, e que é, sem sombra de dúvida, o principal alimento da corrupção.
O princípio constitucional da “presunção da inocência”, no Brasil (diferentemente de outros países que são democracias até mais consolidadas que a nossa), aqui, singularmente, tem prevalecido mesmo diante de 4 (quatro) reconhecimentos oficiais de culpabilidade, quais sejam: a Opinio Delictis de um Procurador da República (após o Inquérito), a aceitação da Denúncia do Ministério Público por um Juiz; a Sentença Condenatória de 1º Grau; e o Acórdão confirmatório dessa sentença por um Tribunal de 2º Grau.
Nada disso vale coisa alguma, diante, simplesmente, da versão do próprio réu, obviamente alegando sua inocência ....
Mas haveremos de superar também essa barreira.
As instituições não se mudam da noite para o dia. Trata-se de um processo, e como tal, o percurso é sempre longo e custoso.
O importante é que, nos últimos 8 (oito) anos, o Brasil despertou e deu início a transformações significativas nessa área. E elas continuam (e se aprofundam ainda mais) no governo da Presidenta Dilma Roussef.
Essa luta sistemática contra a corrupção, em favor da ética e da integridade, há de sensibilizar, algum dia, aqueles de quem depende a aprovação de certas mudanças constitucionais e legais e também, talvez mais importante ainda, a interpretação das normas hoje vigentes.
Quando isso acontecer, iremos confirmar aquilo que sempre dizemos: a corrupção não é um problema apenas brasileiro, pois ela afeta todos os países do mundo, incluindo o setor público e as instituições privadas. Aí estão os exemplos recentes de países ditos desenvolvidos, como a Inglaterra, a Itália, os Estados Unidos e tantos outros, com seus próprios escândalos de corrupção. Mas há uma diferença extremamente importante entre os países: a sua capacidade de punir os crimes do chamado “colarinho branco”, ou seja, o crime de quem tem poder ou tem dinheiro.
Nos EUA, por exemplo, se colocou um grande milionário na cadeia em apenas 6 meses (refiro-me ao caso Madoff). E ninguém disse que aquele país não é um Estado Democrático de Direito, onde não são respeitadas as garantias individuais; ninguém disse que temos ali um “Estado policialesco”.
E agora mesmo, faz dois dias, foi condenado a 14 anos de prisão um Governador de Estado (nos Estados Unidos, não aqui), pela venda de uma vaga ao Senado e por receber doações eleitorais em troca de vantagens à custa do Estado.
Mas, como disse, um dia nós chegaremos lá. O importante é não esmorecer.
Justamente porque a corrupção está presente em todos os países do mundo, é que o debate sobre os mecanismos para preveni-la e combatê-la entrou definitivamente na agenda internacional.
Temos participado, representando o Brasil, em todos esses foros.
O Brasil é signatário de todas as Convenções contra a corrupção. E as vem cumprindo e implementando cada vez melhor.
Já fomos avaliados na Convenção da OEA, na da OCDE e na da ONU. E, em todas elas, muito bem avaliados. Pelos esforços que o país vem empreendendo, hoje já reconhecidos, muito diferentemente da situação de uma década atrás.
Não é por acaso que nosso pais foi o primeiro a ser convidado pelo Governo dos Estados Unidos para co–liderar, junto com ele a mais nova iniciativa de abertura de informações para o controle social, denominada Parceira para o Governo Aberto (OGP na sigla em inglês), lançada em Nova York, em setembro, pelos Presidentes Barack Obama e Dilma Roussef.
Tampouco veio do acaso a escolha para integrarmos o Comitê de Governança Pública da OCDE, onde o Brasil se voluntariou para ser o primeiro país do G-20 a submeter à avaliação internacional o seu Sistema de Integridade Institucional e Prevenção da Corrupção. O relatório da OCDE, amplamente positivo, acaba de ser divulgado em Brasília, há poucas semanas, com a presença do Secretario Geral, Angel Gurria.
E também não caiu do céu, por certo, a escolha do Brasil pela Transparência Internacional para sediar a próxima Conferência Internacional Anticorrupção, em novembro de 2012, o maior evento mundial nesse tema, que deve reunir em Brasília mais de 1.500 pessoas de mais de cem países.
Essa, senhoras e senhores, tem sido a nossa luta; luta do nosso país, por seu governo, para enfrentar esse flagelo social: essas as nossas conquistas, essas as nossas dificuldades, esses os desafios imensos que ainda temos pela frente.
Tenho muita honra de participar dessa caminhada.
Primeiro, no Governo do Presidente Lula, que a iniciou.
E, agora, no da Presidenta Dilma, que a vem aprofundando ainda mais.
O Dia 9 de Dezembro é sempre a melhor oportunidade para fazer-se esse balanço. E, tendo ele em mente, prosseguirmos avançando, conscientes da estrada já percorrida e do quanto ainda há por caminhar.
A caminhada será tanto mais fácil e produtiva se formos de mãos dadas, articulados, atuando em parceria, como vimos fazendo nos últimos anos, todos os organismos e instituições representados nesta mesa, com as contribuições indispensáveis da sociedade civil e da imprensa livre.
Por isso também, a presença de Vossas Excelências aqui, hoje, tem um significado tão especial. Ela simboliza a renovação do compromisso e a parceria, que certamente continuará a guiar nossos esforços, pelo bem do nosso país e do nosso povo.
Muito obrigado.
Jorge Hage

Jorge Hage aponta principais causas da corrupção no Brasil

09/12/2011

O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, disse hoje (9) que as causas mais profundas da corrupção têm raízes em questões “como o financiamento privado de campanhas e de partidos, o sistema eleitoral, os meandros da elaboração do orçamento público e, sobretudo, a urgente necessidade de reforma das leis processuais penais, que são, hoje, a principal garantia de impunidade”.
A declaração foi feita durante a abertura do evento comemorativo do Dia Internacional contra a Corrupção, quando o ministro voltou a defender a aprovação da chamada Emenda dos Recursos, que tramita no Congresso e que, segundo ele, “permitiria a prisão dos corruptos após o julgamento por um Tribunal, acabando com a terrível sensação de impunidade que vivemos em nosso país, e que é, sem sombra de dúvida, o principal alimento da corrupção”. Leia aqui a íntegra do pronunciamento do Ministro.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Evento em Brasília discutiu lei de acesso e combate à corrupção


Dia Internacional Contra a corrupção
Nesta sexta-feira (9), Dia Internacional de Combate à Corrupção, a Controladoria-Geral da União (CGU) realizou evento em Brasília para apresentar ações relacionadas ao tema e debater a entrada em vigor da lei de acesso a informações públicas.

O jornalista da Folha de S.Paulo Fernando Rodrigues, um dos coordenadores do Fórum de Acesso e presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), participou da mesa “A implementação da Lei de Acesso a Informação Pública: limites e possibilidades”, que teve inicio às 14h30.
Com moderação de Luiz Navarro, da CGU, a mesa apresentou os resultados da pesquisa “Diagnóstico sobre valores, conhecimento e cultura de acesso à informação pública no Poder Executivo Federal Brasileiro”. Roberto DaMatta, coordenador do levantamento, também participou do debate, com Guilherme Canela (Unesco), Gabriela Segovia (Instituto Federal de Acceso a la Información y Protección de Datos, México), Luiz Alberto dos Santos (Casa Civil da Presidência da República), Claudio Weber Abramo (Transparência Brasil), Belisário dos Santos Junior (Artigo 19) e Nikhil Dey (Campanha Nacional pelo Direito à Informação da Índia).

Data foi instituída em 2003

O dia 9 de dezembro foi instituído como Dia Internacional de Combate à Corrupção porque em 2003, nesta data, foi assinada a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção.


A Convenção tem como objetivo fortalecer a cooperação internacional para ampliar a prevenção e o combate à corrupção no mundo todo.

Confira abaixo a programação completa do evento da CGU que encerrou-se no dia 9 de dezembro de 2011.
 
Hora: 9h às 17h
Local: Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, Sala Porto Seguro
Endereço: Setor Hoteleiro Sul, Quadra 6, Lote 1, Conjunto A

Programação
9h – 10h: Abertura
10h – 10h15: Lançamento de novas iniciativas para a prevenção da corrupção
10h15 – 10h30: Resultados das ações de controle interno no aprimoramento da gestão e do combate à corrupção
10h30 – 10h40: Entrega do Prêmio UNODC – Destaque na Luta contra a Corrupção
10h40 – 11h: Intervalo
11h – 11h15: 1ª Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social (Consocial): avanços e perspectivas
11h15 – 11h30: Lançamento da “Pesquisa-Diagnóstico das Ouvidorias”
11h30 – 11h50: Apresentação do plano de ação do Brasil na Parceria para Governo Aberto (Open Government Partnership – OGP)
11h50 – 12h: Lançamento do projeto para prevenção da corrupção com a “Turma da Mônica Jovem”
12h – 14h: Intervalo
14h – 14h30: Lançamento da pesquisa “Diagnóstico sobre valores, conhecimento e cultura de acesso à informação pública no Poder Executivo Federal Brasileiro”
14h30 – 16h30: Mesa de diálogo: “A implementação da Lei de Acesso a Informação Pública: limites e possibilidades”
Moderador: Luiz Navarro – Controladoria-Geral da União (CGU)
Participantes:
Roberto DaMatta – coordenador da pesquisa
Guilherme Canela – UNESCO
Gabriela Segovia – Instituto Federal de Acceso a la Información y Protección de Datos, México
Fernando Rodrigues – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)
Luiz Alberto dos Santos – Casa Civil/PR
Cláudio Abramo – Transparência Brasil
Belisário dos Santos Junior – Artigo 19
Nikhil Dey – Campanha Nacional pelo Direito à Informação da Índia

16h30 – 17h: Perguntas e respostas
17h: Ocorreu o encerramento.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Aeromóvel do Aeroporto deve entrar em operação em junho de 2012

08/12/2011
Dois veículos, um com capacidade para 300 passageiros e outro com 150 lugares, farão a ligação entre a estação do Trensurb e o aeroporto Salgado Filho
Sistema de transporte coletivo ficou restrito a uma linha experimental no Centro de Porto Alegre Foto: Diego Abs - TRENSURB/DIVULGAÇÃO/JC
Demorou alguns anos, mas depois da tentativa de concretizar um transporte revolucionário no Centro de Porto Alegre, o aeromóvel será utilizado na Capital gaúcha para transportar passageiros entre o aeroporto Salgado Filho e a estação da Trensurb mais próxima. De acordo com o diretor-presidente da Trensurb, Humberto Kasper, a operação do veículo movido a vento deverá iniciar até junho de 2012.
O dirigente explica que são várias etapas distintas da obra que estão acontecendo simultaneamente, através de quatro contratos firmados. O principal, com a empresa Aeromóvel Brasil, tem como objeto desenvolver o pacote tecnológico e gerenciar a implantação da totalidade do projeto. A construção do elevado por onde se movimentará o veículo ficou a cargo da construtora Premold, o que inclui a execução das fundações e dos pilares.
Para acelerar o processo, a licitação da obra civil das duas estações de conexão do aeromóvel foi feita separadamente. A companhia vencedora foi a Arcol Engenharia. Os veículos também foram alvo de um acordo próprio e a T’Trans os está fabricando no município de Três Rios, no estado do Rio de Janeiro. A previsão de conclusão desses equipamentos é para abril do próximo ano.
Serão adquiridos dois veículos, possibilitando que um fique de reserva caso ocorra algum problema de operação. Um deles terá capacidade para 300 passageiros, com utilização prevista para os horários de maior movimento, e outro de 150 lugares, que poderá ser aproveitado em momentos de menor demanda. Quando concluído, o aeromóvel deverá percorrer os 952 metros que separam o Salgado Filho e a estação da Trensurb em cerca de 90 segundos.
Sobre o uso dessa solução para fazer a conexão com o Salgado Filho, Kasper argumenta que os aeroportos brasileiros apresentam atualmente uma grande deficiência quanto aos acessos por meios de transporte públicos. “Esse problema foi apontado durante a CPI da crise aérea brasileira e uma das recomendações foi que o governo tratasse desse tema”, lembra o executivo. Ele destaca que já naquela ocasião a alternativa do aeromóvel foi mencionada.
O diretor-presidente da Trensurb ressalta ainda que, com a redução dos preços das passagens aéreas, todas as classes econômicas estão utilizando esse modal atualmente. Com isso, aumenta a perspectiva do número de usuários que poderão optar pela Trensurb para chegar ao aeroporto gaúcho. Kasper salienta que, além de o trem permitir uma ligação com o Centro de Porto Alegre, a expansão vai levar passageiros até Novo Hamburgo. Essa iniciativa prevê, no total, mais 9,3 quilômetros da Linha 1, atingindo o total de 43 quilômetros de extensão. A estimativa é de que com esse empreendimento cerca de 30 mil novos passageiros ao dia sejam agregados à movimentação da Trensurb.
“As pessoas poderão deixar seus automóveis em casa e irem de trem para o aeroporto, até porque o estacionamento do complexo encontra-se com pouco espaço”, projeta Kasper. O executivo acrescenta que o aeromóvel será considerado uma continuação da Trensurb, que será responsável pela sua operação. Ou seja, não será cobrada uma nova tarifa, além da usual do transporte de trem, para quem utilizar o serviço.

Investimento será superior à previsão inicial do projeto

Inicialmente, o investimento estimado para concretizar o sistema de transporte utilizando o aeromóvel até o aeroporto Salgado Filho era de aproximadamente R$ 29 milhões. Contudo, esse valor sofrerá algumas alterações. O diretor-presidente da Trensurb, Humberto Kasper, calcula que o montante deverá chegar, no final da obra, a algo em torno de R$ 33 milhões.
Entre os motivos desse incremento, o executivo revela que, quando a Premold começou a realizar as fundações da estrutura, foi constatado que havia uma adutora enterrada que precisaria ser removida. Esse obstáculo não aparecia nas plantas da prefeitura. Os saldos dos contratos precisam ser reajustados também. Kasper revela ainda que, no ano passado, não houve a liberação de recursos suficientes para alcançar a velocidade esperada da obra. A ideia era gastar R$ 9 milhões, mas só foram liberados R$ 3 milhões.
Essas questões fizeram com que a perspectiva de início de operação do aeromóvel, antes estimado para o começo do próximo ano, passasse para meados de 2012. Os recursos para a concretização do empreendimento serão provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.
Apesar dessas dificuldades, Kasper afirma que em breve as obras da estrutura elevada do aeromóvel começarão a se destacar na paisagem próxima ao aeroporto. Ele relata que os 70 pilares que comporão o complexo já foram fabricados e a parte das fundações, onde as estruturas serão encaixadas, também se encontra em fase avançada. Kasper comenta que, conforme um estudo realizado pela Ufrgs, a expectativa é de que cerca de 7 mil passageiros utilizem o sistema do aeromóvel diariamente. No entanto, o dirigente acredita que esse número pode ser ainda maior.

Metrô de Porto Alegre aumentará as possibilidades de utilização do veículo

A construção da linha 1 do metrô de Porto Alegre contribuirá para potencializar a Linha 1 da Trensurb, aumentando a movimentação dos dois sistemas, projeta Humberto Kasper. Essa perspectiva, segundo ele, amplia as oportunidades de aproveitamento do aeromóvel para promover a conexão dos dois meios de transporte.
Uma ação fundamental quando o metrô for finalizado, segundo o dirigente, será a conexão da linha 1 com o terminal intermodal (ônibus e metrô) Cairu. Ele adianta que uma alternativa seria fazer uma derivação da própria linha da Trensurb até o local. “Outra fórmula seria a ligação entre a estação da Trensurb e a Cairu com o aeromóvel”, informa Kasper.
O executivo relata que a Trensurb convidou empresas para desenvolverem projetos que aproveitem a tecnologia do aeromóvel, assim como a de outros sistemas leves sobre trilhos. “Eventualmente, podemos discutir com a prefeitura de Porto Alegre outras utilizações para o aeromóvel”, adianta. Kasper acrescenta que há ideias, uma delas o uso do sistema sobre o arroio Dilúvio, consolidando uma linha ao longo da avenida Ipiranga, que também poderão ser avaliadas.
Outra oportunidade será aberta com a construção da Arena do Grêmio, no bairro Humaitá. Kasper faz a ressalva de que a Fifa recomenda certa distância entre um estádio de futebol e o modo público de transporte. “Isso para que haja o arrefecimento dos ânimos depois da saída do jogo”, explica. Nesse sentido, a estação Anchieta da Trensurb está a uma distância satisfatória em relação ao estádio gremista, a cerca de 1,5 quilômetro.
“Mas haverá vários empreendimentos comerciais associados ao complexo e, para esse público que circulará na região no dia a dia, seria interessante uma ligação entre a estação e o local”, argumenta. Uma possibilidade levantada é que essa conexão possa ser feita pelo aeromóvel durante os dias normais, com o serviço sendo interrompido durante os dias de jogos. Kasper salienta ainda que a Pucrs iniciou estudos para a eventual implantação do sistema aeromóvel dentro do seu campus.
O professor da Faculdade de Engenharia da universidade Edgar Bortolini explica que está prevista a construção de uma linha-laboratório na Pucrs. Ainda não está definido o cronograma do empreendimento, mas o complexo servirá para aprimorar a tecnologia empregada no aeromóvel e envolverá Pucrs, Ufrgs, Finep e Aeromóvel Brasil. Bortolini adianta que um dos focos dos estudos será o aumento da eficiência energética do sistema. Essa meta pode ser alcançada diminuindo o peso do veículo. “Quanto mais leve for o veículo, maior a eficiência energética”, diz.

Plano do governo contra o crack prevê câmeras em cracolândias

 O governo federal lançou nesta quarta-feira (7) um plano nacional para o enfrentamento do crack, com investimento estimado de R$ 4 bilhões, que prevê medidas nas áreas de saúde e segurança pública. O programa era uma das promessas de campanha da então candidata Dilma Rousseff.
 
Uma das medidas anunciadas em cerimônia no Palácio do Planalto é a instalação de câmeras em locais onde se concentram usuários da droga - as chamadas cracolândias. "Com câmeras fixas nesses territórios, teremos imagens que permitirão a fiscalização e policiamento dessas áreas", afirmou o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça).

O ministro disse que as centrais de monitoramento também vão poder evitar eventuais "desvios de conduta" das autoridades. A intenção é manter um policiamento ostensivo nessas regiões e revitalizar esses espaços.
Com o slogan "Crack, é possível vencer", as ações do plano de combate ao crack estão divididas em três eixos: atendimento aos dependentes e seus familiares, combate ao tráfico de drogas e prevenção. Estados e municípios também devem colaborar com a iniciativa da União.
"O crack para nós hoje, na saúde pública, tem a mesma dimensão desse desafio [de combate à Aids]. (...) Tecnicamente, estamos diante de uma epidemia do crack no país", disse o ministro Alexandre Padilha (Saúde), em referência ao aumento de número de casos de dependentes químicos e de sua distribuição no país.
O plano prevê um total de 308 consultórios de rua em todo o país, até 2014. Formados por médicos, enfermeiros e psicólogos, devem atender os usuários de droga, com foco para a população em situação de rua. Em entrevista à Folha em novembro, Padilha afirmou que oito consultórios devem ser implantados na cidade de São Paulo.

Outra novidade do plano é a criação de enfermarias especializadas nos hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde). Até 2014, o Ministério da Saúde prevê o repasse de recursos para a criação de 2.462 leitos, que serão usados para atendimentos e internações de curta duração durante crises de abstinência e em casos de intoxicações graves. O valor pago pela diária também crescerá quatro vezes, chegando a R$ 200, conforme antecipou a coluna Mônica Bergamo.
"Para a gente de fato enfrentar e vencer esse desafio, nós temos que ter a cabeça aberta e aceitar todas as iniciativas tomadas pela sociedade. Obviamente, cada uma de acordo com sua responsabilidade e sua competência", disse a presidente Dilma Rousseff.
ACOLHIMENTO
Durante cerimônia no Palácio do Planalto, o ministro da Saúde afirmou ainda que o governo pretende ter 430 unidades de acolhimento para internação de usuários de drogas. Outras 188 unidades serão específicas para o atendimento de crianças e adolescentes dependentes.
Padilha, no entanto, não detalhou como será feito o acolhimento e internação dessas pessoas, alvo de polêmica no Rio de Janeiro, onde desde 30 de maio o governo local realiza internação compulsória de crianças e adolescentes. O ministro também não apresentou o mapa encomendado pelo governo que identificou a presença de cracolândias em todo o país.
O plano prevê ainda o financiamento público de atividades de comunidades terapêuticas.
Versão preliminar do plano obtida pela Folha previa investimentos de R$ 300 milhões do governo federal, nos próximos quatro anos, em projetos culturais, de habilidades sociais e esportivas desenvolvidas por comunidades terapêuticas.
No mês passado, relatório do Conselho Federal de Psicologia apontou violações a direitos humanos em 68 dessas entidades visitadas aleatoriamente. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estima a presença de 3.000 comunidades terapêuticas no país, abrigando cerca de 60 mil dependentes.
POLÍCIA
Na área de segurança, o objetivo do plano é a integração das áreas de inteligência da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e polícias estaduais, além do aumento no policiamento ostensivo nos pontos de uso de drogas. Também serão intensificadas as ações de combate ao tráfico nas regiões de fronteira. Para isso, o governo pretende contratar mais 2.000 policiais para a PF e PRF.
Outra medida é a exigência de padronização, por parte dos Estados, nas estatísticas criminais enviadas ao governo federal, confirme antecipou reportagem da Folha de hoje.
Já para o eixo "prevenção" foram pensadas ações em escolas, bairros e campanhas de comunicação.
Somente no Programa de Prevenção do Uso de Drogas na Escola, a proposta é capacitar 210 mil professores e 3.300 policiais para a prevenção do uso de drogas em 42 mil escolas públicas.
Outra medida é facilitar o acesso ao serviço VivaVoz, de orientação sobre drogas pelo telefone. O número passará do atual 0800-510-0015 para um de três dígitos, o 132.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Lei Geral da Copa só deve ser votada em 2012


Como não foi destacado como um dos temas prioritários do governo, José Guimarães considera que Lei Geral da Copa não será votada este ano
O projeto da Lei Geral da Copa deve ser votado no plenário da Câmara somente em 2012. Apesar do esforço dos integrantes da comissão especial que analisa o texto em atender a exigência da Federação Internacional de Futebol (Fifa), o PL 2330/11 não está entre as prioridades do governo para o fim do ano. Reunião dos líderes da base nesta quarta-feira (29) definiu as quatro propostas que serão votadas prioritariamente este ano na Câmara, e entre elas não está a Lei Geral da Copa.
“Não sabemos se haverá tempo para votar em plenário. Mas o projeto não é das prioridades do governo para o fim do ano”, afirmou o vice-líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), a imprensa. As prioridades do governo, além do Orçamento 2012, são a proposta que cria a previdência complementar do servidor público, a celebração de um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) – para envio de recursos do Brasil para o fundo – e a criação de um fundo de agricultura para o Mercosul.
Não são apenas estes quatro projetos que devem ser votados em plenário. Outras três medidas provisórias trancam a pauta da Câmara. Uma delas, que muda os limites de parques nacionais, perde a validade na próxima semana. No entanto, a intenção do governo é segurar ao máximo as votações de MPs para não sobrecarregar a pauta do Senado. Os senadores analisam a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 61/11, que prorroga a Desvinculação das Receitas da União (DRU) até 31 de dezembro de 2015.
Pronta para o plenário
O relator da Lei Geral da Copa, Vicente Cândido (PT-SP), no entanto, busca colocar a matéria entre as prioridades do governo para o fim do ano. Por isso, adiantou que vai apresentar seu parecer na tarde da próxima terça-feira (6/12). Dois dias, depois ocorreria a votação na comissão especial. Desta maneira, a matéria ficaria pronta para análise em plenário. “Tenho o compromisso do ministro Aldo Rebelo para votarmos a matéria até dezembro”, disse Cândido, fazendo referência ao ministro do Esporte.
Após a reunião da base, Aldo ligou para o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e pediu celeridade na aprovação do PL 2330/11. O petista prometeu empenho ao titular do Esporte. “O Aldo ligou para mim pedindo para votar esse ano a Lei Geral da Copa, mas eu acho difícil votar, aprontar o projeto para ele vir para o plenário ser votado”, disse Vaccarezza.
Até a próxima semana, o relator terá que dobrar resistência de parlamentares de dentro da comissão para fechar um texto de consenso. Como temas ainda sem acordo, estão a liberação de bebidas alcóolicas dentro dos estádios de futebol e o tempo de validade para os vistos de turista e de trabalho. O projeto é uma das exigências feitas pela Fifa e aceitas pelo governo brasileiro para o país sediar a Copa das Confederações de 2013 e a Copa do Mundo de 2014.