sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Operação Concutare: PF indicia 49 pessoas e 7 empresas por envolvimento em fraude ambienta

l

30 de agosto d 20130
Quatro meses depois, a Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito da Operação Concutare, que apurou fraude ambiental no Rio Grande do Sul. Ao todo, foram indiciadas 49 pessoasfísicas e sete pessoas jurídicas. As empresas (pessoas jurídicas) podem ter as atividades suspensas. O inquérito será remetido hoje à Justiça Federal em Porto Alegre.
Indiciados
13 servidores públicos
18 empresários
9 consultores ambientais
9 pessoas envolvidas em crimes diversos
* Estas 9 pessoas foram utilizadas como “laranjas” para ocultar bens obtidos ilegalmente.
 PF chegou a apreender R$ 500 mil, US$ 44 mil e 5,2 mil euros / Foto: Polícia Federal

Investigação
A investigação começou em junho de 2012 e teve a ação deflagrada no dia 29 de abril deste ano em oito cidades gaúchas e em Florianópolis, Santa Catarina. Na ocasião, a PF cumpriu 28 mandados de busca e apreensão e 18 de prisão, apreendeu centenas documentos, 22 computadores, seis armas, cerca de R$ 500 mil, US$ 44 mil e 5,2 mil euros. Mais de 100 pessoas prestaram depoimento e mais de 30 processos de licenciamento ambiental foram periciados.
Ação deflagrada em abril deste ano prendeu 18 pessoas / Foto: Agência RBS
Ação deflagrada em abril deste ano prendeu 18 pessoas / Foto: Agência RBS
Entenda o caso
A Operação Concutare foi deflagrada no dia 29 de abril deste ano e resultou na prisão temporária de 18 pessoas, como empresários, servidores públicos e políticos. Foram presos o ex-secretário do Meio Ambiente e consultor da Secretaria Berfran Rosado (PPS), o então secretário Estadual do Meio Ambiente Carlos Fernando Niedesberg (PC do B), e o então secretário da Capital, Luiz Fernando Zachia (PMDB). A Polícia Federal apurou que houve fraude na concessão de licenças ambientais mediante pagamento de propina para que fossem liberados serviços de mineração e empreendimentos imobiliários. Foram apurados crimes ambientais, contra a administração pública e de lavagem de dinheiro.







quarta-feira, 28 de agosto de 2013

35% dos parlamentares federais gaúchos respondem a processos e inquéritos no Supremo

Foto: Divulgação/STF
Eduardo Matos
@_eduardomatos
Onze deputados federais e um senador do Rio Grande do Sul respondem a demandas no
Supremo Tribunal Federal. Alguns são processos e outros ainda são inquéritos. Representa 35 por cento dos 31 titulares da Câmara Federal e dos três do Senado. Os dados foram obtidos pela Rádio Gaúcha através da Lei de Acesso à Informação. O STF é a corte responsável por investigar e julgar parlamentares federais. Ministros apreciam os mais variados tipos de ações dos gaúchos, como casos de homicídio, violência doméstica, desacato, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e uso indevido de recursos públicos. Sete das 29 demandas estão em segredo de justiça. O líder entre os demandados, é o deputado Eliseu Padilha, do PMDB, que responde a cinco inquéritos, todos em segredo de justiça. O parlamentar disse ter conhecimento de quatro demandas, três referentes à Operação Solidária da Polícia Federal, que investiga fraude em licitações, e uma da época em que foi ministro dos Transportes. O parlamentar garante ser inocente em todos.
"Esses assuntos sobrevivem, surgem de tempos em tempos, em que pese não tenha sido apurado absolutamente nada. É óbvio que não tem nada, porque já se passaram 15 ou 16 anos e não há sequer uma denúncia (sobre a demanda de quando era ministro dos transportes). Os outros, todos derivaram da Operação Solidária, em Canoas....Vou provar que são nulos", afirma Padilha.
O segundo que mais responde a demandas entre os gaúchos no STF é Assis Melo, do PC do B, com quatro inquéritos. José Stédile, do PSB, responde a dois inquéritos e é réu em uma ação penal. O deputado Alexandre Roso, também do PSB, é réu em duas ações penais e é investigado em inquérito. José Otávio Germano, do Partido Progressista, aparece com dois inquéritos, um deles em segredo de justiça, e Paulo Pimenta, do PT, consta também com duas demandas. Os deputados Alceu Moreira, do PMDB, Dionilso Marcon, do PT, Fernando Marroni, também do PT, Sérgio Moraes, do PTB, e Vilson Covatti, do Partido Progressista, e o senador Paulo Paim, do PT, constam no pólo passivo em uma demanda cada no STF. Para o secretário-geral da Associação Contas Abertas, Gil Castello Branco, o dado é preocupante.
"É importante que o STF priorize o julgamento desse tipo de ação. É bom para o povo, que votou nesses políticos, e para o próprio político, caso seja inocente", destaca Branco.
Processos e Inquéritos
DEPUTADOS
Eliseu Padilha, PMDB - Os cinco inquéritos estão em segrego de justiça. Constam no site do STF como assuntos dos inquéritos crimes da Lei de Licitações, contra a administração pública e à paz pública, corrupção passiva, peculato e formação de quadrilha ou bando.
Explicação: Afirma que tem conhecimento de quatro inquéritos, três sobre desdobramentos da Operação Solidária da Polícia Federal, que investigou fraude em licitações de obras públicas, e um da época que foi ministro dos Transportes. Afirma que é inocente em todos e que os da Operação Solidária serão anulados.
Assis Melo, PC do B - É acusado de crimes de desobediência, desacato, resistência e lesão corporal. Os casos teriam ocorrido quando ele ainda era sindicalista em Caxias do Sul. Em dois casos, já houve decisão para arquivamento e uma denúncia foi rejeitada, mas as demandas ainda seguem ativas no site do STF.
Explicação: O advogado Eduardo Campos afirma que "formalmente, o deputado possui apenas um inquérito, sob os cuidados do Ministro Celso de Melo, envolvendo duas ocorrências de fevereiro de 2010. Afirma que "trata-se de investigação por crimes previdenciários, em que toda a direção sindical foi acusada de apropriação de valores previdenciários, quando o pagamento havia sido feito corretamente, não passando de "erro" da Previdência. Ou quando o Delegado indiciou todos os manifestantes que foram agredidos pela polícia".
José Stédile, PSB - Responde por crimes contra o sistema financeiro, uso indevido de recursos públicos quando era prefeito de Cachoeirinha e dispensa de licitação para contratação de empresa responsável pela coleta de lixo.
Explicação: O deputado desconhece o inquérito sobre irregularidade na coleta de lixo. Sobre dívida que teria deixado para o mandato seguinte na prefeitura, justifica que isso ocorreu devido a um atraso na liberação de verba pelo Governo do Estado. E que tudo foi regularizado dias depois. Sobre o terceiro inquérito, foi um problema na aplicação de verba pelo Fundo de Previdência Municipal de Cachoeirinha. A escolha da instituição financeira para investimentos do Fundo teria sido feita sem licitação. Stédile garante que não houve prejuízo ao Fundo e que isso será provado.
Alexandre Roso, PSB - Responde por homicídios durante o exercício da medicina e crimes cometidos na administração do Hospital Centenário, em Sâo Leopoldo, quando era vice-prefeito e responsável pela saúde no município.
Explicação: Conforme o advogado Rafael Favetti, "a Ação Penal 633 é da época em que o deputado era secretário de saúde municipal, relativo a uma ordem de internação compulsória de paciente, em hospital da rede pública. A defesa do deputado já apresentou alegações finais, que se encontram na presidência do STF. A Ação Penal 625 é relativa a cirurgias que o deputado fez como médico e está em fase de perícia judicial". Sobre o Inquérito 3495, a defesa do deputado ainda não tem contato com o conteúdo inteiro do procedimento, mas reafirma que está a inteira disposição para prestar quaisquer esclarecimentos, tanto que já está marcado depoimento pessoal.
José Otávio Germano, PP - Responde por violência doméstica, inquérito este que está em segredo de justiça. O progressista ainda consta como investigado no inquérito da Operação Rodin, apesar do STF ter rejeitado a denúncia por ter considerado que as provas contra ele foram obtidas de forma ilegal. O inquérito ainda não foi extinto.
Explicações: A Rádio Gaúcha não teve retorno, apesar das diversas ligações para o gabinete do parlamentar e conversas com assessores;
Paulo Pimenta, PT - Responde por crime contra a honra e difamação, além de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores. Já há decisão para arquivamento da demanda sobre crmime contra a honra e difamação.
Explicação: "Na matéria de número 4988, eu era presidente da Comissão de Legislação Participativa da Câmara e uma fundação presidida por este cidadão (Eduardo Banks), solicitou que fosse providenciada indenização para as pessoas que foram prejudicadas pela Lei Áurea. Segundo a interpretação deles, os escravos eram patrimônio das pessoas e o Governo aboliu a escravatura. E defendiam que as famílias desses donos dos escravos deveriam ser indenizadas, com correção. E eu determinei que o projeto não tramitasse por entender que se tratava de crime de racismo. A partir daí, eles decidiram mover essa ação, que inclusive já tem decisão para arquivamento". Sobre o inquérito 3499, Paulo Pimenta diz não ter conhecimento do assunto.
Alceu Moreira, PMDB - Responde pelos crimes da Lei de Licitações, contra a administração em geral e corrupção passiva. Trata-se do inquérito da Operação Solidária, que apura fraude em licitações de obras públicas.
Explicação: "Este processo estava aqui no Rio Grande do Sul e quando me elegi deputado federal, foi para o STF. Eu já fiz a oitiva para o Ministério Público Federal. Agora tem que ver a manifestação do Ministério Público Federal. Trata-se de uma gravação durante a Operação Solidária de um telefone em que eu falava sobre alguns temas e a Polícia Federal faz a interpretação de que algumas metáforas significam algo que possa me incriminar sobre o recebimento de propina. Isso não tem cabimento".
Dionilso Marcon, PT - Responde por dirigir sem habilitação. Dionilso foi flagrado no ano passado realizando ultrapassagem em local proibido em um das rodovias mais movimentadas do Rio Grande do Sul, a BR-158, em Cruz Alta. Além disso, ele dirigia com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa. Ele teve a carteira de motorista apreendida. No sistema do Detran, ele aparecia com cento e uma infrações de trânsito, que iam desde excesso de velocidade até dirigir sem cinto de segurança.
Explicação: O deputado se negou a falar sobre o assunto.
Fernando Marroni, PT - Responde por crimes da Lei de Licitações.
Explicação: Conforme a assessoria de imprensa do parlamentar, "durante a gestão de Fernando Marroni na prefeitura de Pelotas (2001-2004), a administração permitiu que uma pessoa física utilizasse parte da Pedreira Municipal (empresa pertencente ao município de Pelotas) como passagem até uma área da extração de pedras (para fabricação de saibro) pertencente a União. A decisão foi baseada em parecer elaborado pela Procuradoria do Município. O Ministério Público Estadual, todavia, entendeu que o município não poderia ter franqueado tal acesso para exploração de área pública sem realização de licitação. Quando Fernando Marroni passou a ocupar uma vaga no Congresso Nacional, em janeiro de 2009, o Ministério Público recorreu ao STF para obter a permissão de mover tal ação judicial contra o, agora, deputado federal Fernando Marroni. O pedido do MP ainda tramita em fase inicial no STF podendo, inclusive, ser rejeitado pelo ministro relator que ainda não se manifestou sobre o tema".
Sérgio Moraes, PTB - Responde por crimes de responsabilidade quando era prefeito de Santa Cruz do Sul.
Explicações: A assessoria não retornou às ligações, apesar da insistência da reportagem.
Vilson Covati, PP - Responde por crimes contra a administração, num caso em que teria remunerado um funcionário de um albergue instituído por ele com recursos oriundos da Câmara dos Deputados. Segundo a investigação, esse funcionário era obrigado a entregar cerca de dez por cento do salário a pessoas que trabalhavam no escritório de articulação política do parlamentar.
Explicação: Covati diz que não tem conhecimento e não foi notificado sobre o caso. Afirma que nunca usou dinheiro da Câmara para pagar funcionário da fundação.
SENADORES
Paulo Paim, PT - O assunto em que Paulo Paim aparece no pólo passivo é Direito Processual Civil e do Trabalho. Segundo a assessoria de imprensa do senador, trata-se de um homônimo. No entanto, segundo o STF, o demandado é mesmo o senador gaúcho.

domingo, 18 de agosto de 2013

Veja os salários e benefícios de um deputado. www.facebook.com?goups?amigos.rs/


Verba para custear salários de assessores chega a R$ 78 mil por mês.

BENEFÍCIOS SEM VALOR ESTIMADO
Carros oficiais.  São 11 carros para uso dos seguintes deputados: o presidente da Câmara; os outros 6 integrantes da Mesa (vice e secretários, mas não os suplentes); o procurador parlamentar; a procuradora da Mulher; o ouvidor da Casa; e o presidente do Conselho de Ética.


Impressões e materiais
até 15 mil A4 por mês,
até 2 mil A5 por mês
até 4 mil exemplares de 50 páginas por ano (200 mil páginas por ano)
até 1 mil pastas por ano
até 2 mil folhas de ofício por ano
até 50 blocos de 100 folhas por ano
até 5 mil cartões de visita por ano
até 2 mil cartões de cumprimentos por ano
até 5 mil cartões de gabinete por ano
até 1 mil cartões de gabinete duplo por ano
OBSERVAÇÕES
(1) Ajuda de custo. O 14º e o 15º salários foram extintos em 2013, restando apenas a ajuda de custo. O valor remanescente se refere à média anual do valor dessa ajuda de custo, que é paga apenas duas vezes em 4 anos.
(2) Cotão. Valor se refere à média dos 513 deputados, consideradas as diferenças entre estados. A média não computa adicional de R$ 1.244,54 devido a líderes e vice-líderes partidários. A Câmara decidiu aumentar o valor do cotão este ano em 12%. Cotão inclui passagens aéreas, fretamento de aeronaves, alimentação do parlamentar, cota postal e telefônica, combustíveis e lubrificantes, consultorias, divulgação do mandato, aluguel e demais despesas de escritórios políticos, assinatura de publicações e serviços de TV e internet, contratação de serviços de segurança. O telefone dos imóveis funcionais está fora do cotão: é de uso livre, sem franquia.
(3) Auxílio-moradia. O valor indicado representa a média de gastos de acordo com o uso do benefício em cada época. Em 2011, o valor era de R$ 3 mil por mês. Em 2013, vai subir para R$ 3.800, aumento de 26,67%. Mas só quem não usa apartamento funcional tem direito ao benefício. Em março de 2011, 270 deputados não usavam apartamentos e, portanto, recebiam auxílio. Em março de 2013, 207 deputados usavam o benefício, 300 moravam em um dos 432 imóveis existentes e 5 não usavam os apartamentos funcionais e nem recebiam o auxílio.
(4) Saúde. O valor se refere à média de gastos por parlamentar. Em 2011, foram R$ 2,01 milhões; em 2012 (último ano fechado), R$ 1,47 milhão. Os deputados só são ressarcidos em serviços médicos que não puderem ser prestados no Departamento Médico (Demed) da Câmara, em Brasília.

domingo, 11 de agosto de 2013

Primeiro aeromóvel do Brasil é inaugurado por Dilma em Porto Alegre

Sistema pioneiro é considerado rápido, seguro, econômico e sustentável; movimento do veículo é gerado através do vento, sem prejuízo ao ambiente

A presidente Dilma Rousseff participou da inauguração do primeiro aeromóvel do Brasil na manhã deste sábado em Porto Alegre. Ela defendeu o veículo como alternativa de transporte público e condenou o uso de veículos pessoais diante de alternativas coletivas. "Sem o transporte público eficiente, nós não teremos algo que não seja a crise nas cidades urbanas", afirmou durante a cerimônia, que contou com a presença de outras autoridades e do criador do aeromóvel.
Dilma falou sobre as mobilizações que tomaram as ruas do País em junho e mencionou o sistema inaugurado hoje como referência. A presidente citou o atraso na inauguração do veículo de tecnologia brasileira - que estreia 31 anos depois de o projeto original ter sido abandonado - e mencionou o período em que viveu na capital do Rio Grande do Sul.
"Para mim, tem um significado especial participar dessa cerimônia porque, como alguém que morou por mais de 30 anos em Porto Alegre, não podia deixar de perceber que o aeromóvel compõe o horizonte da minha cidade e que ele sempre me intrigou, sempre acendeu as esperanças de ver um empreendimento não usual, revolucionário, funcionando" disse, destacando que a tecnologia é 100% nacional. Ela teceu diversos elogios ao inventor, Oskar Coester, a quem chamou de herói, "porque nossos heróis modernos mostram essa crença muito forte no País". 
Dilma inaugura 1º aeromóvel do País em Porto AlegreClique no link para iniciar o vídeo
Dilma inaugura 1º aeromóvel do País em Porto Alegre
As obras do aeromóvel foram iniciadas em agosto de 2011, e o sistema deveria ter sido inaugurado no primeiro semestre de 2013, mas ocorreram diversos atrasos na implantação da tecnologia. Segundo os engenheiros responsáveis pelo empreendimento, isso ocorreu em virtude do caráter inovador da ideia, que demandou adaptações e passou por melhorias com ajuda de estudos realizados por universidades.
O sistema vai ligar o aeroporto Salgado Filho a estação de trem da Trensurb (responsável pelo projeto, cuja tecnologia foi comprada da Aeromovel Brasil S.A.), em um trajeto de aproximadamente 800 metros, com o custo de R$ 37,8 milhões. O projeto é encarado como um laboratório para a Trensurb, que estuda utilizá-lo em outros pontos da cidade, como na Arena do Grêmio ou na interligação com universidades. Na unidade inaugurada hoje, serão utilizados dois veículos com capacidade para transportar 150 e 300 pessoas.
O aeromóvel passa a funcionar a partir deste mês, sem a cobrança de tarifa, entre 10h e 16h, período no qual serão feitos ajustes e calibragens pela empresa detentora da tecnologia. A partir de novembro, passará a ser cobrada a tarifa de R$ 1,70 - custo do bilhete do trensurb.
Confira uma viagem no primeiro aeromóvel do BrasilClique no link para iniciar o vídeo
Confira uma viagem no primeiro aeromóvel do Brasil
O sistema foi idealizado por Oskar Coester que, inspirado em conceitos de aviação, criou o veículos sobre trilhos impulsionado por vento, como uma alternativa para o transporte público utilizando uma tecnologia simples e 100% brasileira. “O aeromóvel é um avanço nesse sentido, principalmente na questão de movimentar pessoas e não peso morto”, diz o pai da ideia, afirmando que essa não é a solução para o transporte público, mas sim mais uma alternativa, “solução não existe para nada, o que nós temos é opção”, afirma.
Em 1989, o aeromóvel passou a ser utilizado na cidade de Jacarta, na Indonésia em um trajeto de aproximadamente 3 quilômetros, mas há 30 anos já existe uma estrutura de testes montada no Centro da cidade de Porto Alegre. Segundo estudos, o custo é menos da metade de outros sistemas semelhantes, mas, por se tratar de uma tecnologia nova, sua aplicação depende de adaptação na aplicabilidade.
“O aeromóvel é um conceito novo, é a mesma diferença entre um motor gasolina e diesel, mas a maneira de fazer isso é diferente, e se revelou um sistema extremamente consistente. Qualquer conceito tem que vencer por ele mesmo”, afirma Coester.
Projeto é concluído 31 anos após idealização
Os recursos necessários para implementar o projeto (R$ 37,8 milhões) foram investidos pelo governo federal. O projeto do aeromóvel vai possibilitar maior integração para o transporte público da região metropolitana de Porto Alegre e será oferecido como um serviço gratuito aos usuários da Trensurb. A ligação direta deve beneficiar também funcionários da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) que percorrem o caminho até o aeroporto diariamente. Quanto ao número de passageiros, a Trensurb estima que aproximadamente 8 mil pessoas por dia devem fazer o caminho até o aeroporto pelo aeromóvel.

"Essa tecnologia foi duramente criticada no Rio Grande do Sul, mas verificamos que o questionamento é um grande equívoco. A vantagem energética é tremenda: vale muito a pena transformar a energia elétrica em vento para empurrar (o aeromóvel)", afirmou Ernani da Silva Fagundes, superintendente de Desenvolvimento e Expansão da Trensurb, após uma viagem de testes conferida pelo Terra.
Trinta e um anos se passaram desde que a execução do projeto foi interrompida. Questões políticas, acredita o idealizador do aeromóvel; o preço do pioneirismo, acreditam os responsáveis pela implementação atual, justificando a defasagem. "Isso que a gente chama de atraso é o custo de uma inovação", defende o gestor do projeto do aeromóvel, Sidemar Francisco da Silva. "Era impossível fazer esse veículo no prazo que estava nos contratos, ele tinha que ser adaptado dentro de novos padrões e seguir todo um conjunto de regras de segurança até então não definidas", afirma o gerente de Desenvolvimento de Engenharia da Trensurb.
Aeromóvel: saiba como funciona a tecnologia e confira o trajeto do veículo
O antigo protótipo ainda permanece parado nos trilhos elevados da linha original, em frente à Usina do Gasômetro: um símbolo do abandono. Apesar de a obra ter cessado na década de 1980, o projeto continuou tomando forma. E muito mudou desde o primeiro modelo, criado em 1977. A ideia conceitual, no entanto, permanece a mesma.
O aeromóvel se movimenta com a energia gerada por um ventilador movido por um motor elétrico. Anda sobre trilhos, em rodas de aço, mas não queima combustível. Seu inventor, o gaúcho Oskar Coester, compara o funcionamento do aeromóvel ao de um barco à vela ─ só que invertido. Em ambos os casos, é o fluxo de ar que promove a impulsão; no aeromóvel, um duto localizado dentro da via elevada empurra a "vela", fixada sob o veículo por meio de uma haste. A estrutura é leve: com capacidade para carregar 150 passageiros, pesa apenas 10 toneladas, enquanto um carro popular costuma ter cerca de uma tonelada.​
"É um novo conceito de transporte. (O aeromóvel) tem custo bem menor porque movimenta menos peso", disse Coester. Sua ideia foi adotada apenas em um local até hoje: em Jacarta, capital da Indonésia, onde funciona dentro de um parque ao longo de uma linha de 3,5 quilômetros. "Esse sistema funciona desde 1989 em operação comercial na Indonésia e não registrou nenhum acidente", garante. Além do aspecto ambiental, ele destaca a segurança e economia do veículo não motorizado.
Todas as peças utilizadas na constituição do aeromóvel são de fabricação nacional. Os motores propulsores foram fabricados por uma empresa do Rio de Janeiro, e o motor elétrico foi desenvolvido em Caxias do Sul (RS). O projeto foi criado "do zero": toda a tecnologia e a estrutura necessárias são feitas no Brasil. O sistema é totalmente automatizado, e assim não exige condutores a bordo. Todo o controle é feito a partir de estações remotas, localizadas em cada ponto final da rota.
Aeromóvel
VEÍCULO MOVIDO A AR TERÁ SUA ESTREIA EM PORTO ALEGRE. CONFIRA PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Inauguração:10 de agosto de 2013
Trajeto:814 metros em via elevada entre o aeroporto Salgado Filho e a estação da Trensurb
Tarifa:a passagem é gratuita para usuários do trensurb, que pagam R$ 1,70 pelo bilhete
Horário:das 10h às 16h, durante 90 dias após a inauguração
Capacidade:150 passageiros no primeiro veículo. O segundo aeromóvel, com o dobro da capacidade, deve chegar em setembro e começar a operar em 2014
Custo total:R$ 37,8 milhões (recursos do governo federal)