segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Cercar ou não a Redenção?

A sequência de crimes ocorridos na Redenção nos últimos 30 dias, com uma vítima fatal e outra que ainda se encontra em estado grave, reacende a polêmica sobre o cercamento do parque Farroupilha. A pergunta é, a grade vai resolver o problema?

Sabemos que a onda crescente de violência não está concentrada apenas no parque ou seu entorno. É um problema dos grandes centros urbanos e a solução definitiva está na diminuição das desigualdades sociais. O resto é paliativo. Entretanto, o medo e a sensação de insegurança mexem no imaginário das pessoas quando as ocorrências estão mais próximas e, com isso, o clamor popular pode produzir mudanças comportamentais em uma comunidade.
Resta saber se uma cerca impedirá atos ilícitos na Redenção ou se ainda dificultará mais o fluxo de seus usuários, que em alguns casos podem ficar embretados, entre o meliante e a grade. Acreditamos que o custo para o cercamento e sua manutenção, pode ser elevado e, se mecanismos como o de instalação de um número maior de câmeras de monitoramento e da implantação de patrulhas de vigilância podem, de forma, mais coerente com a cultura do parque, ser eficaz. Mas essa é apenas a nossa opinião. A se tomar uma posição, ela deve, sem sombra de dúvida, estar embasada na vontade maior do conjunto da comunidade porto-alegrense.

Vereador propõe plebiscito sobre cercamento da Redenção

População opinaria nas eleições de 2014 se é a favor ou contra o fechamento


Vereador propõe plebiscito sobre cercamento da Redenção Bruno Alencastro/Agencia RBS
Foto: Bruno Alencastro / 
Letícia Costa

Cercar um dos principais pontos turísticos da Capital gaúcha, o Parque Farroupilha (Redenção), com grades, cerradas ao anoitecer, é um assunto polêmico baseado na necessidade de ampliar a segurança na área com 37 hectares.
Em discussão entre porto-alegrenses há pelo menos duas décadas, o assunto voltou a ser debatido nesta semana na Câmara de Vereadores, com a intenção de ouvir a opinião dos moradores nas eleições do ano que vem.
A proposta do vereador Nereu D'Avila (PDT), é que seja realizada uma consulta em 2014 para tirar a dúvida: a população é contra ou a favor o cercamento da Redenção? Optando por sim ou não, enquanto também escolhem os próximos representantes, os porto-alegrenses determinariam o rumo da medida a ser tomada.
— Com a participação da população se torna algo efetivo. Não é um vereador que é contra ou a favor. Vamos ouvir a resposta da população, na minha concepção vai ganhar o sim — acredita o vereador.
O projeto de lei, que entrou em pauta nesta quarta-feira e será debatido no plenário e nas comissões antes de voltar para a votação final, prevê apenas a "consulta plebiscitária" para "identificar exatamente a vontade da população sobre o cercamento do parque".
Detalhes de como seria feito o fechamento não estão definidos no texto inicial encaminhado para debate, mas o vereador Nereu D'Avila, autor do atual projeto de lei e que, em mandato exercido em 1992, já tinha proposto o cercamento, tem algumas ideias pessoais baseadas em outros exemplos do país. Para ele, as grades seriam fechadas conforme a estação do ano, podendo ter o horário estendido em meses mais quentes. Seriam quatro portões de acesso — um em cada via ao redor do parque — que ficariam abertos durante o dia.
Professor da Faculdade de Arquitetura UFRGS, Benamy Turkienicz, acha válida a oportunidade da população opinar sobre o tema, pois o parque é público. No entanto, salienta que a restrição de quatro acessos seria um "desastre".
— Não combina com a tradição que o parque tem, de servir de rota de um ponto a outro da cidade. Se reduzir a quatro entradas, vai acabar condicionando o trajeto das pessoas, como se elas só utilizassem dois eixos, o que não é verdade. Somente um estudo bem criterioso poderia dirimir essa questão — afirma.
Para o professor, ainda é preciso avaliar três pontos do cercamento: custo, manutenção e eficácia. Sobre os custos de instalação e manutenção com vigilância, o vereador Nereu D'Avila argumenta que pode ser feita uma parceria com a iniciativa privada, onde publicidades poderiam ser fixadas nas grades.
— No aspecto arquitetônico, a placa vai ser sempre uma figura opaca. Quando tem uma cerca, tem uma permeabilidade visual, isso será retirado e as pessoas não poderão fruir do parque — diz Turkienicz.
O cercamento é visto pelo vereador como uma forma eficaz de amenizar as "depredações dos monumentos, destruição de árvores e plantas, assaltos, assassinatos".
O comandante-geral da Guarda Municipal, Nilo Bottini, órgão responsável pelo patrulhamento motorizado no parque, prefere não opinar sobre a eficiência que o fechamento noturno pode trazer com relação a segurança. Ele disse apenas que, conforme a opinião dos moradores, a Guarda irá adequar o atendimento, mantendo a vigilância constante do local. 
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) não irá se manifestará até a votação do projeto, informou a assessoria de imprensa. Nereu D'Avila estima que ele seja votado ainda neste ano. 
O Parque Farroupilha (Redenção)
Localização: Avenida João Pessoa
Área: 37,51 hectares
Número de visitantes: 400 mil/mês
Câmeras de monitoramento: 6
>> Relembre os recentes casos de violência e depredação no parque:

domingo, 29 de setembro de 2013

Entenda as diferenças entre 3G e 4G

Aparelhos Android são os desbravadores das redes 4G

A nova geração das redes de conectividade móvel já está disponível em algumas das principais operadoras de celular americanas. Sprint, T-Mobile e Verizon comercializam planos com diferentes tecnologias e características, mas o foco ainda não é em celulares e sim em modems USB.
Porém, como toda tecnologia recente, é importante entender quais são as reais vantagens e desvantagens em relação ao sistema vigente, e este artigo vai ajudar você, leitor do Baixaki, a escolher melhor seu sistema assim que o 4G chegue ao Brasil. Estar bem informado de antemão, afinal, é uma das receitas para economizar.

O que é 4G?

A alcunha da quarta geração de tecnologia celular – falando de forma estrita – só existe comercialmente. O “4G” utilizado pelas operadoras americanas é, na verdade, um nome para agrupar as tecnologias WiMAX (usado pela Sprint), LTE (já disponibilizado pela Verizon e, mais tarde, pela T-Mobile) e HSPA+ (T-Mobile e AT&T).
Operadoras americanas investem em tecnologia 4G
Essa ressalva é importante porque nenhuma das operadoras atendia aos pré-requisitos definidos pela “International Telecommunications Union” (ITU – União Internacional de Telecomunicações) da ONU. Graças à confusão gerada pelo uso da nomenclatura 4G, a ITU se viu obrigada a relaxar as exigências e, atualmente, essas redes já cumprem o mínimo necessário.

Requerimentos básicos

Inicialmente, para uma operadora poder anunciar que dispõe de uma rede 4G, é necessário que equipamentos usando o sistema atinjam  velocidades de conexão entre 100 Mbps (em alta mobilidade) e 1 Gbps (em curto alcance da antena).
Após o relaxamento das exigências da ITU – uma vez que nenhuma operadora que vendia redes “4G” atendia esse requisito – o mínimo de velocidade aceitável no padrão é de 1 Mbps, com o máximo já obtido em torno dos 200 Mbps. Em média, as operadoras anunciam velocidades em torno de 5 Mbps como o esperado de suas redes 4G.

Comparando com o 3G

Em termos de velocidade o padrão 4G, após a diminuição de requisitos pela ITU, não se diferencia do 3G já utilizado em velocidades mínimas. Ambos atingem 1 Mbps, sendo que dificilmente o 3G ultrapassa a marca dos 2 Mbps.
Analisando os números, então, pode-se concluir que mesmo após o rebaixamento da expectativa de velocidade, as redes 4G podem chegar a ser de 4 a 100 vezes mais rápidas que o sistema atualmente em uso.

A parte ruim

Apesar de ainda não atingirem velocidades extremas como inicialmente previsto para o padrão 4G, as redes de alta velocidade que recebem este selo já são versões portáteis das conexões de banda larga domésticas.
Em especial quando se compara com o padrão 3G vigente, entretanto, as redes 4G também apresentam problemas sérios. Como não é possível saber – ainda – todos os pontos negativos das novas tecnologias, o Baixaki conta agora aqueles pontos principais que certamente influenciarão nas vendas e na aceitação do 4G.

Na tomada

Conexão 4G drena a bateria de um smartphone muito rapidamente
O consumo de bateria é um dos mais graves problemas dos aparelhos 4G. Assim como os smartphones 3G não aguentam dias longe da tomada como aparelhos de tecnologia mais antiga, a nova safra de aparelhos tende a durar ainda menos na bateria.
Enquanto aparelhos atuais conseguem – com uso moderado – passar até dois dias sem recarregar, se os celulares 4G usassem baterias da mesma capacidade, a duração de cada carga dificilmente ultrapassaria as 6 horas de utilização.

No bolso

A menor duração da bateria de um smartphones 4G exigiu dos fabricantes solução não muito elegantes. A maneira mais simples para resolver o ciclo de carga dos aparelhos foi aumentar a quantidade de células na bateria, dessa forma esticando o tempo de funcionamento.
Aparelhos 4G são mais pesados do que smartphones 3G
Fonte da imagem: Divulgação / Samsung
Porém, mais células significam mais espaço e mais componentes e, portanto, mais peso. Os aparelhos 4G disponíveis atualmente são menos confortáveis do que celulares 3G justamente por causa deste aumento de peso.

Em casa

Outra limitação crítica das redes 4G não é culpa da tecnologia em si, mas da maneira como ela está sendo aplicada pelas operadoras. Quase todas as empresas estão ocupando bandas de frequência muito alta (2500 MHz ou mais) com os dados 4G.
Isso significa que as ondas que transportam os muitos bits do padrão não conseguem penetrar de maneira eficiente em concreto, tijolos e outros obstáculos. Em resumo, para que o sinal do seu aparelho seja útil em casa, as operadoras devem investir muito mais na instalação de antenas.

Na carteira

Novas tecnologias sempre são mais caras. Desconsiderando promoções e subsídios de operadoras, o preço dos aparelhos 4G tende a ser bem maior do que os praticados para telefones 3G. Isso se deve, principalmente, à necessidade de instalação de antenas e outras peças de infraestrutura para resolver o problema de funcionamento da rede mencionado no tópico anterior.

Pagar para ver

Com todas as suas qualidades e defeitos, a tecnologia 4G é certamente o futuro da conexão móvel. Mais cedo ou mais tarde, os problemas mencionados neste artigo serão resolvidos – ou contornados – e inevitavelmente todos precisarão migrar do 3G.
Streaming de vídeo é apenas uma das atividades que será facilitada pelo 4G
Fonte da iamgem: Divulgação / HTC

Assim como aconteceu com a passagem dos celulares analógicos para os digitais e com a adoção dos chips GSM, o 4G também será utilizado por todos. A nós, usuários, resta apenas esperar e torcer para que, quando as velocidades extremas das redes 4G chegarem aqui no Brasil, os problemas existentes hoje já estejam superados.


Leia mais em: http://www.tecmundo.com.br/wi-fi/8081-entenda-as-diferencas-entre-3g-e-4g.htm#ixzz2gKeOovkB

Bancos vão financiar quase R$ 200 bi do programa de concessões no Brasil

Além da costura de crédito barato, Caixa Econômica e fundos de pensão estruturam Fundo de Investimento em Logística, o “fundo noiva” para ser sócio dos vencedores

Grandes bancos privados e públicos chegaram a um acordo com o governo para financiar o programa de concessões de infraestrutura de quase US$ 200 bilhões de dólares, principal aposta da presidente Dilma Rousseff para acelerar o crescimento do país.
No caso das rodovias a serem leiloadas, os bancos se comprometeram a financiar até 70 por cento dos investimentos, com custo de Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) acrescida de 2%. O prazo total dos empréstimos será de 30 anos, com cinco anos de carência e pagamento em 25 anos.
Agência Brasil
Ministro da Fazenda, Guido Mantega
“É fundamental, para viabilizar essas concessões, primeiro que elas sejam bastantes rentáveis para atrair investidores. Em segundo lugar, que haja um modelo de financiamento para viabilizar todos os investimentos que serão feitos, que não são poucos”, disse Mantega a jornalistas. 
O ministro não detalhou as condições de captação oferecidas aos bancos privados.

Historicamente, as instituições financeiras privadas no Brasil não concedem crédito em prazos muito longos, exceto em áreas cujo “funding” é direcionado, devido ao risco de descompasso entre ativos e passivos.
Entre os bancos envolvidos no financiamento do programa de concessões, Mantega citou Itaú Unibanco, Bradesco, BTG Pactual, JPMorgan, Safra, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Os empréstimos sindicalizados, quando um grupo de bancos se reúne para financiar um empreendimento específico, darão diversidade às fontes de recursos de longo prazo no país. Hoje, a única fonte de empréstimo nessa condição é o BNDES, que também terá papel importante para bancar investimentos em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
O presidente do Santander, Emilio Botín, informou que o banco vai emprestar US$ 10 bilhões para os projetos de infraestrutura que serão leiloados no país.
No Rio, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que a entrada dos bancos privados no financiamento vai aliviar a pressão por recursos, bastante concentrada no banco de fomento. “Vejo disposição dos bancos privados de participar de consórcios para financiamento... e isso diminui (a pressão sobre o BNDES)”, disse Coutinho a jornalistas.
Caixa estrutura FPI-Logística 
A menos de uma semana do primeiro leilão do novo programa de concessões, a Caixa Econômica Federal negocia com fundos de pensão e bancos públicos a participação no Fundo de Investimento em Participações - Logística (FIP — Logística), o chamado Fundo Noiva. A discussão para apoiar os consórcios vencedores por meio de participação acionária limitada a 49% ou debêntures está sob a coordenação da Caixa e a entrada nos consórcios poderá, segundo as regras previstas, se dar nos próximos seis meses. Petros, Funcef, BB Investimentos, BNDESpar e Caixa assinaram a carta de interesse em participar do fundo.
A Funcef ainda estuda sua entrada no fundo, que vai depender da presença de mais fundos de pensão. “Se for um fundo só com Funcef e Petros, não entraremos. Se for um fundo de mercado, que vai ser referência, vamos estudar. Esperamos que outras fundações entrem”, disse o diretor de investimento da Funcef, Maurício Marcellini, durante congresso dos fundos de pensão nesta semana, em Florianópolis. Um dos entraves é o limite de 25$ de participação de fundações em fundo de investimento. Uma das das alternativas é a Caixa captar dinheiro entre fundos de pensão de estados e municípios, além de outras entidades como Valia, Fachesf e Forluz.
Hoje, a opção preferencial da Funcef é apoiar as concessões por meio da Invepar — empresa de infraestrutura na qual é sócia com Previ, Petros e OAS. “Esse fundo vai ser usado para os empresários que precisarem de um complemento do equity [participação acionária] para o investimento. Pode ser que não seja usado. Além do fundo, os empresários vão falar diretamente com Funcef, Petros, Previ, Valia, todas as fundações, são fontes de recursos”, completou Marcellini. A Previ demonstrou igual preferência por investir por meio da Invepar. Nesta semana, o diretor de investimento do fundo de pensão, Renê Sanda, disse que ainda não foi tomada a decisão sobre a participação direta da fundação nas concessões.O diretor administrativo financeiro da Petros, Newton Carneiro da Cunha, sugeriu que os fundos de pensão menores se reúnam para também investir. “Deveríamos pensar nos pequenos e incluí-los nessa questão.”
O uso dos recursos do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS) deve ocorrer sem a participação no Fundo Noiva. “Não estamos no fundo noiva. As concessões de infraestrutura estão no nosso foco e avaliaremos depois do leilão taxas de retorno e as garantias envolvidas”, afirmou ontem Jacy Afonso, conselheiro do fundo do FGTS. O FI-FGTS, administrado pela Caixa, tem patrimônio de R$ 27 bilhões e investe em infraestrutura.

    NSA capta dados de rede social para traçar perfil de americanos, diz jornal

    Cronologia atualizada - caso Snowden (Foto: Arte/G1)

    Agência do governo dos EUA reúne informações telefônicas e bancárias.
    "New York Times" obteve novos documentos de Edward Snowden.

    A Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) explora desde 2010 o cruzamento de dados coletados em redes social, contatos telefônicos, contas bancárias e de sistemas de GPS (posicionamento global) para criar perfis de norte-americanos que identifiquem relações pessoais, localização em determinados períodos e companhias de viagem, segundo reportagem do jornal “New York Times” publicada neste sábado (28).
    O periódico obteve novos documentos do ex-técnico da CIA Edward Snowden, que desde junho revela informações sobre os programas de ciberespionagem do governo dos Estados Unidos.
    Com as informações coletadas, a maior parte metadados (registros de informações), a NSA conseguiu criar gráficos sofisticados sobre os cidadãos que eram alvo da investigação.
    De acordo com esses documentos, a NSA desenvolveu um programa que busca por 94 tipos de informações, como números de telefone, endereços de e-mail e números de IP (espécie de identidade única de acesso à internet).
    Além disso, a agência é capaz de correlacionar 164 tipos de relacionamento. Com esses cruzamentos, a entidade constrói a rede social de um indivíduo e as “comunidade de interesse” dele.
    O esforço para construir as redes de relacionamento dos alvos começou em 2010. O plano era auxiliar a agência a descobrir e rastrear conexões entre alvos fora do país e cidadãos norte-americanos, de acordo com um memorando da NSA de janeiro de 2011.
    Os oficiais da NSA evitaram dizer quantos americanos são alvo desse esforço de monitoramento ou se há estrangeiros na lista dos alvos.
    Os documentos obtidos pelo jornal mostram que uma das principais ferramentas usadas pela agência para montar a cadeia de números de telefones e endereços de e-mail de um alvo é o programa chamado Mainway.
    O serviço funciona como um repositório de dados para o qual é direcionada uma vasta quantidade de informação coletada nos cabos de fibra ótica da NSA, parceiros corporativos e redes de computador estrangeiras que foram hackeadas.
    De acordo com um boletim interno da NSA, o Mainway recebia 700 milhões de registros telefônicos por dia em 2011. A partir de agosto daquele ano, o programa passou a receber um volume adicional de 1,1 bilhão de registros de ligações de celular por dia, fornecido por prestadoras do serviço pela lei de segurança nacional dos EUA.
    No começo de setembro, o Fantásticomostrou que a presidente Dilma Rousseff e seus principais assessores eram alvo direto de espionagem da NSA, segundo documentos classificados como ultrassecretos pela agência (veja os documentos revelados). Também é espionada a comunicação dos assessores entre eles e com terceiros.
    O presidente do México, Enrique Peña Nieto, também foi um alvo, segundo o material. A apresentação secreta, obtida pelo Fantástico, é chamada de "filtragem inteligente de dados: estudo de caso México e Brasil." O programa da NSA, diz a apresentação, torna possível encontrar, sempre que quiser, uma "agulha no palheiro."
    O palheiro, no caso, é o volume imenso de dados a que a espionagem americana tem acesso todos os dias, espionando as redes de telefonia, internet, servidores de e-mail e redes sociais. A agulha é quem eles escolherem.
    Não há informações sobre a extensão da espionagem nem se a agência americana conseguiu acessar o conteúdo guardado nos computadores da empresa. Não há também informações a respeito sobre quais documentos a NSA buscava.
    Este tipo de informação é liberada somente ao grupo chamado pelos americanos de “Five eyes” (cinco olhos, na tradução literal), que se refere aos cinco países aliados na espionagem: EUA, Inglaterra, Austrália, Canadá e Nova Zelândia.
    O nome da Petrobras aparece em vários slides obtidos pela reportagem. Além da estatal, estão listados também como alvos da NSA a infraestrutura do Google, o provedor de e-mails e serviços de internet da
    A suspeita causou desconforto entre as diplomacias de Brasil e EUA, tanto que a presidente Dilma cancelou a visita de estado planejada para outubro ao país.
    Na última terça-feira (24), no discurso de abertura da  68ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, a presidente Dilma Rousseff afirmou que as ações de espionagem dos Estados Unidos no Brasil “ferem” o direito internacional e “afrontam” os princípios que regem a relação entre os países. Dilma discursou por 23 minutos













    sexta-feira, 27 de setembro de 2013

    O megapoder da NSA (National Security Agency) e o Echelon

    A agência de inteligência norte-americana mais conhe­cida é a CIA. No entanto, de acordo com os pesquisadores nessa arca, a mais poderosa é a NSA. Ela possui, hoje, cer­ca de 20 mil funcionários em Fort Meade, seu quartel-ge­neral. São, principalmente, analistas de sistemas, engenhei­ros, físicos, matemáticos, linguistas, oficiais de segurança e administradores de empresas, entre outros especialistas de alto padrão.

    A NSA foi criada em 1952 por meio de um decreto se­creto do presidente Harry Truman para cuidar de espionagem e contra-espionagem, dentro e fora dos Estados Unidos. Seu organograma (conhecido publicamente, pela primeira vez, em 18 de dezembro de 1998, graças à lei co­nhecida como Freedom Information Act), demonstra que seus serviços cobrem praticamente todo o universo das tecnologias da informação.

    Com base nessa massa crítica, os EUA adiantaram-se no tempo para assegurar sua hegemonia mundial no sé­culo 21. Em novembro de 1997, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea norte-americana fez palestra na Câmara de Representantes, em Washington e afirmou: “No primei­ro trimestre do próximo século, seremos capazes de locali­zar, seguir e mirar — praticamente em tempo real — qual­quer alvo importante em movimento, na superfície da Ter­ra".

    Ao refletir sobre o que chama de televigilância global, o filósofo e urbanista francês Paul Virilio afirma que o fenômeno histórico que leva à mundialização exige cada vez mais luz, cada vez mais iluminação. E assim que se desenvolve hoje uma televigilância global que não reco­nhece qualquer premissa ética ou diplomática. 

    A atual glo­balização das atividades internacionais torna indispensá­vel uma visão ciclópica ou, mais precisamente, uma visão cyber-ótica... Com essa dominação do ponto de vista orbi­tal, o lançamento de uma infinidade de satélites de obser­vação tende a favorecer a visão globalitária. Para “dirigir” a vida, não mais se trata de observar o que acontece diante de si. A dimensão zenital prevalece, de longe ou mais alto, sobre a horizontal e não se trata de um assunto de pouca importância porque o “ponto de vista de Sirius” apaga toda perspectiva”. (em Le Monde Diplomatique, agosto de 1999, pgs.4e 5).

    Echelon 
    é o nome pelo qual é mais conhecido um projeto secreto de SIGINT. Não existem explicações oficiais sobre a função que desempenha. Alguns estudiosos da área afirmam que serve para a interceptação mundial de telecomunicações (internetfaxtelemóvel) encabeçado pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, com a colaboração de agências governamentais de outros países (Reino UnidoAustráliaCanadáNova Zelândia), para analisar as comunicações a nível mundial, com o objectivo de procurar mensagens que representem ameaças à segurança mundial. Há também indícios de que o sistema tenha sido usado para a prática de espionagem comercial.

    O sistema foi estabelecido , após a Segunda Guerra Mundial, no âmbito do que é conhecido como -UKUSA Agreement ("Acordo Reino Unido-Estados Unidos") e é administrado conjuntamente pelos serviços de informação dos estados membros do Acordo, a saber:
    • NSA (National Security Agency) dos Estados Unidos, o principal contribuinte e utilizador;
    • GCHQ (Government Communications Headquarters) do Reino Unido;
    • CSTC (Centre de la sécurité des télécommunications Canada);
    • DSD (Defence Signals Directorate) da Austrália;
    • GCSB (Government Communications Security Bureau) da Nova Zelândia.
    Embora o Echelon tenha sido originalmente concebido como uma rede de espionagem internacional, já em 1999 os membros do Congresso dos Estados Unidos discutiam a possibilidade de que o sistema pudesse ser usado também para espionar os cidadãos americanos. 
    No final de janeiro de 2006, a Electronic Frontier Foundation, uma entidade ligada à defesa das liberdades no mundo digital, iniciou uma ação judicial contra a operadora telefônica norte-americana AT&T, por sua suposta colaboração com o Echelon  .

    Aqueles que não têm dúvidas sobre a existência do Echelon afirmam que tudo o que se fala pelo telefone ou que se transmite pela Internet ou por fax, é controla­do, em tempo integral, via satélite, pelo Sistema Echelon - uma sofisticada máquina cibernética de espionagem, cria­da e mantida pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, com a participação direta do Reino Unido, do Canadá, da Austrália e da Nova Zelândia.

    Com suas atividades iniciadas nos anos 1980, o Echelon teria, como embrião histórico, o UKUSA Agreement, firmado secretamente pela Grã-Bretanha e pelos EUA, no início daGuerra Fria.

    Destinado à recolha e troca de informações, o Pacto Reino Unido-Estados Unidos resultou, nos anos 1970, na instalação de estações de rastrea­mento de mensagens enviadas desde e para a Terra por satélites das redes Intelsat (International Telecommunica­tions Satellite Organisation) e Inmarsat. Outros satélites de observação foram enviados ao es­paço para a escuta das ondas de rádio, de celulares e para o registro de mensagens de correio eletrônico.

    No Reino Unido, o órgão governamental associa­do à NSA é a GCHQ (Government Communications Headquarters, o serviço de informações britânico). A maior base eletrônica de espionagem no mundo é a Field Station F83 da NSA. A estação está situada em Menwith HillYorkshire, na Grã-Bretanha.

    Além disso, já sob o guarda-chuva do Echelon, seriam cap­tadas as mensagens de telecomunicações, inclusive de ca­bos submarinos e da rede mundial de computadores, a Internet. Em linguagem técnica, o objetivo dessa rede seria captar sinais de inteligência, conhecidos como SIGINT.
    O segredo tecnológico do Echelon consiste na interco­nexão de todos os sistemas de escuta. A massa de infor­mações é espetacular e, para ser tratada, requer uma tria­gem pelos serviços de espionagem dos países envolvidos, por meio de instrumentos da inteligência artificial.

    "A chave da interpretação", segundo o jornalista neozelandês Nicky Hager, "reside em poderosos computadores que perscrutam e analisam a massa de mensagens para delas extraírem aquelas que apresentam algum interesse. As estações de interceptação recebem milhões de mensa­gens destinadas às estações terrestres credenciadas e utili­zam computadores para decifrar as informações que con­têm endereços ou textos baseados em palavras-chave pré-programadas".


    quinta-feira, 26 de setembro de 2013

    Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira

    "Dilma deve suspender a visita aos EUA"
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    NOVO TOM 
    Para Moniz Bandeira, o governo brasileiro deve dar aos EUA uma resposta dura
    Um dos maiores historiadores da atualidade, profundo conhecedor das relações entre Brasil e Estados Unidos, o professor Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira, 76 anos, alerta que há mais de uma década o Brasil é alvo da espionagem da NSA (Agência Nacional de Segurança Americana). Ele mesmo já havia relatado outros casos em seu livro “Formação do Império Americano”, publicado em 2005 e que acaba de ser lançado na China. Em entrevista à ISTOÉ, Moniz Bandeira, que vive na Alemanha, chama a atenção para a necessidade de se investir na proteção do conhecimento estratégico do País. “As descobertas do pré-sal inseriram o Brasil no mapa geopolítico do petróleo. Aos Estados Unidos interessam saber tudo sobre as reservas e sua exploração, inclusive para fornecer às empresas americanas e favorecê-las na licitação das áreas”, afirma. Para Moniz Bandeira, o governo brasileiro deve dar aos Estados Unidos uma resposta dura, suspendendo a visita da presidenta Dilma Rousseff a Washington, em outubro. “O presidente Barack Obama nada tem a oferecer ao Brasil. Seus interesses, certamente, concentram-se na venda dos caças F-18 da Boeing e nas concessões do pré-sal às companhias americanas”, diz.
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    "Obama podia renovar a política internacional e aliviar 
    as tensões. Porém, ele revelou-se mais fraco e 
    mais sem caráter do que se poderia imaginar”
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    “A espionagem envolve todas as áreas, sobretudo 
    a do petróleo. Aos EUA interessa saber todas
    as informações possíveis sobre as reservas"


      P: A NSA diz que não espiona para fins econômicos, mas o caso da Petrobras parece desmentir essa versão. Qual é a amplitude da ação da espionagem americana? 
    LUIZ ALBERTO DE VIANNA MONIZ BANDEIRA -
    Esse sistema de espionagem, altamente informatizado para o processamento de Communication Intelligence (Comint), teve como objetivo inicial captar mensagens e comunicações diplomáticas entre os governos estrangeiros e suas embaixadas. Com o desenvolvimento da tecnologia, ampliou-se a sua utilização. Eles passaram a utilizá-la para interceptar comunicações internacionais via satélite, tais como telefonemas, faxes, mensagens através da internet, por meio de equipamentos instalados em Elmendorf (Alaska), Yakima (Estado de Washington), Sugar Grove (Virgínia Ocidental), Porto Rico e Guam (Oceano Pacífico), bem como nas embaixadas e bases aéreas militares.  
    P: Por que a NSA ganhou tanta importância entre as agências de informação americanas?
    LUIZ ALBERTO DE VIANNA MONIZ BANDEIRA -
    Ganhou grande importância devido à sua capacidade tecnológica de penetração nos sistemas de comunicação de todos os países do mundo, podendo captar as mais valiosas informações não apenas políticas, mas também econômicas e comerciais. Desde o fim dos anos 60, a coleta de informações sobre o desenvolvimento científico e tecnológico tornou-se crescentemente um dos mais importantes objetivos da Comint, operada pela National Security Agency (NSA).

    P: Nos documentos vazados da NSA, há menção à distribuição das informações a Reino Unido, Nova Zelândia, Austrália e Canadá, países integrantes do Echelon. Podemos concluir que tais documentos são produzidos com informações coletadas por um sistema Echelon atualizado? 

    LUIZ ALBERTO DE VIANNA MONIZ BANDEIRA Claro. As informações, captadas pelo Echelon, que tem a National Security Agency (NSA), dos Estados Unidos, e o Government Communications Headquarters (GCHQ), da Grã-Bretanha, são sempre atualizadas e orientam as mais diversas iniciativas, não apenas políticas e estratégicas, mas também econômicas e comerciais. Os serviços de inteligência dos Estados Unidos tentaram várias vezes negar que colaboraram com as corporações industriais, e canalizaram suas informações através de seus aliados estrangeiros ou de agências.  

    P:Temos informação de que na Ilha de Ascensão, a 2 mil km de Fernando de Noronha, há uma base de monitoramento do Echelon e que a partir daí se daria a coleta de dados transmitidos aos satélites e por cabos.  
    É uma das ilhas mais bem situadas estrategicamente e lá está assentada uma base da Força Aérea do Reino Unido, que serve também para as operações militares dos Estados Unidos, desde a Segunda Guerra Mundial, quando foi de fundamental importância na batalha do Atlântico contra os navios alemães. É óbvio que essa base abriga as estações de Singint, operadas, em Two Boats, pelo GCHQ, interceptando sinais transmitidos através de satélites ou radiodifusão, e as estações da emissora de números (rádio) E5/V5 – Cynthia e/ou The Counting Station, operada pela CIA na comunicação com os seus agentes na América do Sul e África.

     A parceria com Reino Unido, Nova Zelândia, Austrália e Canadá é histórica, não? 
    LUIZ ALBERTO DE VIANNA MONIZ BANDEIRA -
    Durante a Segunda Guerra Mundial, no encontro com o presidente Franklin Roosevelt, o primeiro-ministro Winston Churchill virtualmente subordinou a Grã-Bretanha, que estava financeiramente exausta, aos objetivos estratégicos dos Estados Unidos, o que de certo modo envolveu Nova Zelândia, Austrália e Canadá, países que pertencem à Commonwealth e que têm a rainha Elisabeth II como chefe de Estado. Há uma comunidade de interesses. 

    Nos últimos dias, surgiu a denúncia de que a NSA espiona a Petrobras, empresa que hoje tem acionistas americanos. Será que essa espionagem se justifica? 
    LUIZ ALBERTO DE VIANNA MONIZ BANDEIRA -
    A espionagem, naturalmente, envolve todas as áreas, sobretudo a do petróleo. Aos Estados Unidos interessa saber todas as informações possíveis sobre as reservas e, igualmente, sobre sua exploração, inclusive para fornecer às suas empresas e favorecê-las na licitação das áreas.  

    O Sr. considera que a tecnologia de exploração do pré-sal é o principal alvo dos EUA? 
    LUIZ ALBERTO DE VIANNA MONIZ BANDEIRA 

    Nunca tive a menor dúvida. Aliás, a Petrobras sempre foi alvo de espionagem, e não somente agora por causa da exploração do pré-sal. Ao suicidar-se, em 24 de agosto de 1954, o presidente Getúlio Vargas, na sua carta de despedida, denunciou: “Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobras e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma”. Graças às Forças Armadas, a Petrobras não foi privatizada e o Estado brasileiro ainda mantém o monopólio do petróleo. 



    Além da Petrobras, que outros alvos seriam estratégicos para os EUA aqui
    LUIZ ALBERTO DE VIANNA MONIZ BANDEIRA -
    O Brasil é um alvo estratégico, porque não mais obedece às diretrizes emanadas do Pentágono e do Departamento de Estado. O jornalista Glenn Greenwald, que divulgou os documentos da NSA, declarou em entrevista à imprensa, a respeito do Brasil, que o governo dos EUA sempre olha como ameaça países que nem sempre lhe obedecem. Quanto mais desobedecer, mais será visto como ameaça. Em 2010 e 2011, o Brasil, na condição de membro temporário do Conselho de Segurança da ONU, não se alinhou aos EUA em seu objetivo de impor sanções e isolar internacionalmente Irã, Líbia e Síria. A percepção em Washington é de que a crescente preeminência global do Brasil e seu envolvimento em diversas questões internacionais levarão inevitavelmente a disputas com os EUA. 

      
    ALÉM DAS DENÚNCIAS DE ESPIONAGEM DOS EUA, A PRÓPRIA CASA BRANCA RECLAMOU DOS CHINESES, E TEMOS O EPISÓDIO DO VÍRUS STUXNET IMPLANTADO POR ISRAEL NO IRÃ. ESTAMOS VIVENDO UMA CYBERGUERRA E O BRASIL FOI TRAGADO PARA DENTRO DELA? 

    LUIZ ALBERTO DE VIANNA MONIZ BANDEIRA -
    O Brasil está inserido em um sistema econômico global e, qualquer que seja o tipo de guerra, naturalmente que o atinge. De um modo ou de outro, o que o Brasil deve fazer é armar-se, não só no campo da cyberguerra. Nenhum Estado respeita a lei internacional senão entre os que têm poder de retaliação. Essa lição deve pautar a estratégia de segurança e defesa do Brasil, sobretudo a IV Frota, que navega no Atlântico Sul, à margem das jazidas de petróleo nas camadas pré-sal. Essas descobertas, ao longo da costa, inseriram o Brasil no mapa geopolítico do petróleo. Iraque e Líbia somente foram atacados porque renunciaram à busca do poder nuclear.


     
    Como Dilma deve reagir?  
    LUIZ ALBERTO DE VIANNA MONIZ BANDEIRA -
    A presidenta Dilma Rousseff, como chefe de governo e de Estado, é que tem condições de avaliar. Em todo caso, como resposta dura, soberana, creio que o melhor seria suspender essa viagem aos EUA. O presidente Obama nada tem a oferecer ao Brasil. Seus interesses, certamente, concentram-se na venda dos caças F-18 da Boeing e nas concessões do petróleo do pré-sal às companhias americanas.  

     Recorrer à ONU é um caminho?  
    LUIZ ALBERTO DE VIANNA MONIZ BANDEIRA -
    Os Estados Unidos cada vez mais desprezam a ONU, porque estão perdendo sua hegemonia. O presidente Obama disse claramente pela televisão que o Conselho de Segurança para nada serve. Da mesma forma que o presidente George W. Bush não respeitou o Conselho de Segurança e as leis internacionais, quando ordenou a invasão do Iraque em 2003, o presidente Obama mostrou-se disposto a também se tornar um fora da lei, atacando a Síria, sob pressão do príncipe Bandar bin Sultan, chefe do Serviço Secreto da Arábia Saudita. 

     
    Obama chegou à Casa Branca com um discurso crítico à guerra de Bush e às ações de espionagem. É uma decepção o seu atual comportamento? 
    LUIZ ALBERTO DE VIANNA MONIZ BANDEIRA -
    Em setembro de 2009, primeiro ano do seu mandato como presidente dos Estados Unidos, adverti que a intenção do presidente Obama podia ser a de renovar a política internacional do país e aliviar as tensões geradas pelas iniciativas bélicas, unilaterais, do seu antecessor, o presidente George W. Bush. Porém, ele revelou-se mais fraco e mais sem caráter do que se podia imaginar.  




    O QUE ESTÁ EM JOGO NA SÍRIA QUE POSSA JUSTIFICAR UMA AÇÃO MILITAR QUE NÃO TEM APOIO POPULAR DOS PRÓPRIOS AMERICANOS?


    LUIZ ALBERTO DE VIANNA MONIZ BANDEIRA -
    Os fatores das rebeliões nas repúblicas que antes integravam a extinta União Soviética e nos países da África do Norte e do Oriente Médio são múltiplos, complexos e profundos, envolvem questões econômicas, sociais, políticas, étnicas e religiosas, bem como interesses geopolíticos e estratégicos de Israel e das grandes potências. Particularmente nas jazidas de óleo e gás na bacia do Mediterrâneo, à margem do Levante.  


    O SENHOR TEM SIDO CRÍTICO AOS ESFORÇOS DE RECONSTITUIÇÃO DA MORTE DO EX-PRESIDENTE JOÃO GOULART, CUJOS RESTOS MORTAIS FORAM EXUMADOS E ESTÃO SENDO ANALISADOS. ACREDITA QUE POSSA HAVER ALGUM FATO NOVO QUE MUDE A HISTÓRIA SOBRE SUA MORTE? 


    LUIZ ALBERTO DE VIANNA MONIZ BANDEIRA -
    Sou crítico à afirmativa de que ele foi assassinado, com base em meras suposições e em depoimento forjado de um bandido, sem provas concretas, ao contrário das evidências de que ele morreu vítima de um infarto. Que se faça agora a exumação é ótimo. Esperemos o resultado. A autópsia na época não foi feita porque a família não pediu e a viúva disse que não era necessária.