terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A era do ônibus em Porto Alegre- Conheça mais sobre as empresas de ônibus que dominam nossa cidade!... Participe: www.facebook.com/groups/amigos.rs/

O primeiro ônibus de Porto Alegre circularam em 1926, propriedade de Amador dos Santos Fernandes e Manuel Ramires. Depois de 1929, Amador fundou a Empresa Amador para transportes entre Porto Alegre e São Leopoldo, empresa que deu origem à atual Central Transportes, de São Leopoldo. Os primeiros ônibus da Carris circularam em 1929, tendo seu serviço sido interrompido em 1956 e os ônibus transferidos para outra companhia e retomado somente em 1966.  Em 1942 a Central Transportes adquire o primeiro ônibus a diesel do Rio Grande do Sul da marca Büssing-Nag.



Com o fim da operação dos últimos bondes, a Secretaria Municipal de Transportes reconfigura as linhas de transporte coletivo urbano de Porto Alegre, e a Carris passa a operar linhas de ônibus com trajetos semelhantes aos anteriormente percorridos pelos bondes. Em 1973 é criada a Região Metropolitana de Porto Alegre, inicialmente formada por 14 municípios, sendo que o crescimento auxiliado pelo processo migratório e as emancipações fizeram com que em 2001 ela chegasse ao total de 31 municípios.
Em 1975 é criada a Fundação de Planejamento Metropolitano - METROPLAN, órgão vinculado ao Governo Estadual que executa a gestão do serviço de transporte intermunicipal metropolitano da região Metropolitana. No final desta mesma década, com auxilio do Ministério dos Transportes, desenvolve-se o Plano Diretor de Transportes da Região Metropolitana de Porto Alegre - PLANMET/PA. O plano visava à ampliação da produtividade do transporte coletivo através da priorização deste, segmentando a circulação de ônibus e carros. Devido à inexistência de outro modal, uma vez que na época existia apenas o transporte ferroviário instalado ao longo da BR-116, o plano concentrava-se no transporte rodoviário para a RMPA. Nesta época estavam operando em Porto Alegre a Carris mais vinte e cinco empresas privadas. E sob o gerenciamento do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER) operavam 12 empresas de transporte coletivo intermunicipal na Grande Porto Alegre - RS. Com a ampliação do sistema de transporte coletivo urbano transportado por ônibus, foram sendo ampliadas as vias de circulação deste modal, com a criação dos corredores de ônibus nas principais avenidas que ligam ao centro. De 1977 a 1982 foram criados os corredores das avenidas Érico Veríssimo (Cascatinha), João Pessoa - Bento Gonçalves e Oswaldo Aranha - Protásio Alves, além das faixas exclusivas para ônibus nas avenidas Cristóvão Colombo e Independência. O sistema era basicamente radial, sendo que o mesmo ocorria com o sistema metropolitano concentrando-se na BR-116, Avenida Assis Brasil e Bento Gonçalves, o que tornava a circulação quase que indisponível nas horas de pico nestes trechos.
Vagão do Trensurb na estação.
Em 1976 visando minimizar a característica radial da operação por ônibus na capital gaúcha, são criadas as linhas Transversais T1, T2, T3 e T4 as quais se encontram em operação até os dias atuais, sendo estas operadas pela empresa pública Carris. Também nesta década, em 1977 inicia-se a operação do Sistema de Taxi-lotação originalmente com veículos Volkswagen Kombi, hoje operando com micro-ônibus em mais de 20 itinerários diferentes. Buscando consolidar o Plano Integrado da Região Metropolitana - PDM, é elaborado o que vem a ser um dos desdobramentos do PLANMET/PA, o Estudo de Trem Suburbano da Região Metropolitana de Porto Alegre - TRENSURB, prevendo o transporte de massa ao longo do eixo da BR-116 ligando os municípios da capital até Novo Hamburgo.Implantado em 2 de março de 1985 com trecho inicial de Porto Alegre à Sapucaia do Sul, em 9 de dezembro de 1997 passa a operar até São Leopoldo somando 17 estações, 33,8 km de extensão de itinerário, com capacidade de transporte para 21600 passageiros/hora/sentido, segundo dados do site da empresa. É uma empresa pública de economia mista, vinculada ao Ministério das Cidades sendo que mais de 99% das ações pertencem ao Governo Federal.
CAIO Millenium I da Carris.
Mesmo com a criação dos corredores exclusivos de ônibus, executada no período do prefeito Guilherme Socias Villela, entre 1980 a 1983, verificou-se no corredor da Av. Assis Brasil uma elevada circulação de coletivos urbanos e metropolitanos, circulação esta que o corredor não comportou adequadamente. Desdobraram-se os ônibus urbano passando uma parte a circular pela Av. Sertório, que na época ainda não contava com corredor de ônibus, e outra manteve-se no corredor da Av Assis Brasil dividindo-o com os ônibus metropolitanos. Mesmo com a criação das linhas transversais que faziam a ligação com o corredor da Av Bento Gonçalves, evitando que o trajeto percorrido pelos passageiros com este destino tivesse que passar pelo centro da cidade, esta medida não teve grande êxito. Pois havia uma grande resistência por parte dos operadores, uma vez que a disputa por passageiros faziam com que estes se recusassem a operar pela Av. Sertório, uma vez que esta não oferecia expressiva demanda de passageiros. Fez-se necessário diminuir o número de ônibus operando no corredor da Assis Brasil, pois o tempo de viagem ampliava-se com os congestionamentos, em detrimento da receita que apresenta índices negativos. Fez com que a ideia da formação de consórcios operacionais ganhasse força, pois existia informalmente este modelo adotado pelas empresas SopalNortran. Porém formação deste modelo consolida-se apenas em 1993, ainda sob a administração do Partido dos Trabalhadores, o qual se opunha em 1989 durante o governo do prefeito Olívio Dutra que interveio no sistema de transporte até 1991. Ao término da intervenção a empresa Sopal encontrava-se dividida em duas operadoras, a Fênix e a Vianorte, sendo que ambas as empresas passavam por difícil situação. Em março de 1993 cria-se a Vianorte Serviços, um modelo de administração consorciada entre as empresas Fênix, Vianorte e Nortran, sendo todas as empresas operadoras da área norte da capital gaúcha. Em 1995 estrutura-se com base na Vianorte Serviços o Conorte, que atualmente roda cerca de 2.480.000 km/mês divididos em 148.000 viagens, transportando 5.650.000 passageiros, através de mais de 80 linhas diferentes operantes na área norte da capital gaúcha, utilizando uma frota de mais de 400 veículos.
Os consórcios UNIBUS e STS se equivalem ao Conorte em rodagem mensal, porém a Carris roda aproximadamente 1.760.000 km/mês, ou seja, 700.000km/mês a menos, portanto também constitui a menor frota operante, variando em torno de 370 veículos.
O modelo de consórcios operacionais visa prioritariamente eliminar a concorrência entre os permissionários de transporte coletivo e sobreposição de oferta de ônibus, que oneram o sistema, racionalizando-o através da economia de escala, remunerando pela quantidade e qualidade do serviço prestado. Uma vez que as permissões eram concedias por empresa e linha, reservando a esta um marcado cativo por bairro onde iriam operar, sendo que a competição entre os operadores de empresas privadas dava-se ao longo das radiais e a operação nas rotas transversais era unicamente realizada pela empresa pública Carris. Os consórcios operacionais atendiam também a uma das referências do PLANMET, que cita a necessidade da redução da competição nos corredores de ônibus, fazendo com que apenas uma operadora por este corredor circulasse.
Em 1998 foi formalizado o modelo de organização consorciada em bacias operacionais, iniciado no inicio da década, o qual organizou o transporte coletivo urbano por ônibus em 4 consórcios operacionais. O Sistema de Transportes Sul (STS), o Consórcio Operacional Zona Norte (CONORTE), o Consórcio União da Bacia Urbana Sudeste-Leste (UNIBUS), sendo estes três compostos por empresas privadas e a Empresa Carris, que é pública. O Consórcio União da Bacia Urbana Sudeste-Leste, surgiu da união de seis empresas permissionárias do transporte coletivo urbano de Porto Alegre, em 20 de outubro de 1997, sendo o último consórcio a ser formado na Capital.
Hoje, existem mais de 350 linhas operantes no sistema de ônibus de Porto Alegre. Na década de 2000, foram criadas mais linhas transversais, inclusive ligando a Zona Sul da cidade a pontos estratégicos como o Aeroporto Salgado Filho, o Câmpus do Vale da UFRGS e o câmpus da PUCRS, além de mais linhas percorrendo a Terceira Perimetral, que conta com corredor exclusivo.

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