sexta-feira, 31 de maio de 2013

Prefeito diz desejar que a empresa PROCEMPA mude perfil e atenda ao interesse público, e não o de alguns

Palavra do prefeito30/05/2013 | 06h03

"Posso atestar que o jogo está muito pesado", diz Fortunati sobre indícios de irregularidades na Procempa.


"Posso atestar que o jogo está muito pesado", diz Fortunati sobre indícios de irregularidades na Procempa Diego Vara/Agencia RBS
Fortunati destacou confiança na comissão destacada para vasculhar processos aprovados pela companhiaFoto: Diego Vara / Agencia RBS
Ao falar dos indícios de irregularidades e desvios encontrados na Procempa, o prefeitoJosé Fortunati destacou na quarta-feira a confiança que tem na comissão destacada para vasculhar processos de compras, fluxos de caixa e pagamentos aprovados pela companhia. 
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Comissão apura desvios de dinheiro na Procempa

O grupo aguarda o retorno do prefeito para entregar o relatório final, o que deve ocorrer no começo da semana. Fortunati disse que deseja que a Procempa mude seu perfil e atenda ao interesse público e não o de alguns. Por telefone, de Boston, Fortunati concedeu a seguinte entrevista a ZH. Confira os principais trechos:

Zero Hora — O senhor já tem uma ideia do valor aproximado do total de desvios na Procempa? 

José Fortunati —
 Não. Estou há 10 dias fora e foi nesse momento que eles começaram a aprofundar. O que constataram: sumiço de processos, inclusive a orientação é fazer boletim de ocorrência na polícia, que é uma providência que vamos tomar a partir do momento que o relatório estiver pronto. Eles procuram e não encontram os processos, então, há realmente algo, no mínimo, muito estranho acontecendo. 

ZH — O senhor já tem providências a anunciar? 

Fortunati — 
Só podemos fazer isso depois de estar com o relatório oficial nas mãos. Como estou afastado, sou muito cauteloso enquanto não receber o resultado final. Tenho absoluta confiança no grupo de trabalho, são pessoas da minha mais inteira confiança, tenho certeza de que o resultado da inspeção especial vai nos apontar os problemas e mais que isso, pedi a eles que apresentem soluções para a gente resolver os problemas. Como gestor, não sou delegado, minha função é ver os problemas, combatê-los e buscar soluções. O grupo, além de apontar os problemas  que podem ser desde o sumiço de uma máquina de contar dinheiro , também vai apontar o que fazer para que a gente possa dar dinâmica à Procempa para ela ser aquilo que todos nós desejamos, uma empresa pública voltada para o atendimento do interesse público. 

ZH — O que está sendo apurado indica que haveria má gestão na empresa. O senhor pensa em trocar o comando da companhia? 

Fortunati — 
Sobre isso prefiro opinar quando receber o relatório. Tenho, até hoje, o André Imar (Kulczynski, atual presidente da Procempa) em boa conta. Estou falando isso, obviamente, dando um voto de confiança neste momento. Vou aguardar o relatório, pois ele vai apontar qual o caminho a seguir em relação a procedimentos, em relação às pessoas, em relação ao que fazer com a Procempa para realmente dar um novo perfil à companhia, fazendo com que ela esteja voltada para atender ao interesse público e não ao interesse de alguns. 

ZH — A comissão que o senhor criou tem sofrido ameaças na Procempa. O senhor tem conhecimento? 

Fortunati — 
No início deste ano, a partir da reestruturação que fiz na Procempa, coloquei lá alguns nomes da minha inteira confiança. Esses nomes começaram a fazer o levantamento e a perceber que havia irregularidades. Quando isto foi percebido por pessoas de dentro da Procempa, eles começaram a receber ameaças. Eles me relataram. Eu disse que era extremamente grave. Instalamos um grupo de trabalho para fazer uma inspeção especial muito profunda, doa a quem doer, não interessa, quero transparências absoluta. Colocamos pessoal para fazer algo muito profundo, buscando todas as informações. 

ZH — O grupo está conseguindo trabalhar neste clima? 

Fortunati — 
Estou afastado há 10 dias. Mas posso garantir, pois tenho conversado muito com o Urbano (Schmitt, secretário municipal de Gestão), que é presidente do Conselho de Administração da Procempa, e ele está sendo uma espécie de meu porta-voz junto à comissão, posso atestar que o jogo está muito pesado, está muito pesado. Mas, ao mesmo tempo em que está pesado, tenho a tranquilidade de afirmar que isso em momento algum desviou a atenção da comissão. 

ZH — É por causa dessas ameaças que o senhor falou em “quadrilha muito organizada” dentro da Procempa? 

Fortunati — 
Exatamente. Percebe-se claramente que se fosse uma pessoa ou outra cometendo desvios, eles não passariam para pressão explícita como vem acontecendo em relação à comissão. Prefiro não usar quadrilha, vamos usar grupo organizado porque eu não gosto de fazer prejulgamento, não recebi o relatório ainda. Mas, certamente, há um grupo muito organizado que vai ter que dar explicações assim que eu receber o relatório.
ZERO HORA

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