quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Como estão as providências atualmente sobre este caso de corrupção?

Escutas telefônicas revelam fraude em obras públicas no Norte de MG

Segundo a PF, empreiteiro mandou economizar em obra de ponte.
Ao todo, dezesseis pessoas foram detidas.


Escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal com a autorização da Justiça revelam a gravidade de fraudes em obras públicas em cidades do Norte de Minas Gerais. De acordo com a polícia, um empresário aparece nas gravações ordenando a economia de materiais. Ele e outras 15 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema, que já teria desviado R$ 100 milhões em verbas públicas de 37 prefeituras, foram presos nesta quinta-feira (21).
As escutas foram feitas de março a abril deste ano. Ainda segundo a polícia, o empresário é Evandro Leite Garcia, dono da construtora Norte Vale. Em um telefonema para um prestador de serviços, ele manda retirar material da estrutura de uma ponte. “Não é pra usar treliça não, moço, tá pedindo treliça? Tem muita coisa que tá no projeto que nós não coloca (sic)...”, consta na gravação divulgada pela polícia. A obra citada foi realizada na cidade de Coração de Jesus e custou quase R$ 1 milhão. A Polícia Federal flagrou tratores e um funcionário da prefeitura trabalhando no local.
 
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A operação, batizada como “Operação Máscara da Sanidade 1”, foi realizada em conjunto com o Ministério Público Estadual. Foram cumpridos 55 mandados de busca e apreensão (16 pessoas físicas e 39 pessoas), 49 mandados de sequestro de valores, bens móveis e imóveis, e 16 mandados de prisão temporária. Os policiais fizeram buscas em prefeituras, em casas e em empresas. Nos locais, eles recolheram documentos.
Ainda segundo a polícia, na construção de uma outra ponte em Santo Antônio do Retiro, o empresário manda reduzir o numero de vigas e a qualidade do material. “Eu quero ver se usava cascalho porque tá saindo muito caro essa areia e essa brita, viu?”, é dito em outro trecho da gravação.
De acordo com o delegado que coordenou a operação, Marcelo Eduardo Freitas, um grupo empresarial que atua no estado desde 1994 praticou os crimes de formação de quadrilha, desvios de recursos públicos, lavagem de dinheiro e fraude em licitações. Entre os detidos estão secretários municipais, servidores públicos e empresários. Ainda segundo a investigação, há indícios contra dez prefeitos.
“Esse grupo criminoso desarticulado nesta data agia fraudando licitações públicas e desviando recursos públicos. Ora com a mera emissão de notas fiscais em uma obra que estava sendo executada com recursos do próprio município, ora executando as obras em completo desacordo com as especificações do projeto contratado com o poder público”, disse o delegado.

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