terça-feira, 25 de outubro de 2011

Investimento estrangeiro no Brasil é o maior desde 1947.

Os investimentos estrangeiros diretos no Brasil já acumularam US$ 50,5 bilhões de janeiro a setembro deste ano, o maior valor para o período desde 1947, segundo divulgou nesta terça-feira o Banco Central (BC). A série histórica da autoridade monetária começou há 64 anos. Somente no mês passado, os estrangeiros investiram US$ 6,3 bilhões no País, contra US$ 5,6 bilhões em agosto.





O valor investido no Brasil por outros países entre janeiro e setembro de 2011 é mais que o dobro verificado no mesmo período do ano passado, quando ingressaram US$ 22,6 bilhões em investimentos. O montante registrado nos primeiros nove meses deste ano supera o recorde anterior, medido no ano passado, de US$ 48,4 bilhões.





O chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, afirma que o crescimento dos investimentos estrangeiros diretos é fruto de uma maior confiança dos empresários na economia brasileira. A projeção da autoridade econômica é fechar 2011 com um saldo de US$ 60 bilhões em investimento no Brasil.





"Este é um fluxo influenciado por uma análise econômica de horizonte de tempo mais amplo, dada a maturidade que exige. Nesse sentido, considerando as projeções da economia brasileira, a tendência é que esses fluxos continuem entrando no País, isso sem falar nas oportunidades que o Brasil aponta na infraestrutura, nos investimentos no pré-sal e nos eventos esportivos que ainda virão. Nossa perspectiva é a continuidade de entrada desses fluxos", afirmou.





Apesar do recorde de entrada de recursos, entre janeiro e setembro deste ano o Brasil registrou um déficit - maior saída de recursos - de US$ 35,9 bilhões, o maior valor já registrado pelo Banco Central para o período. Segundo Túlio Maciel, isso acontece pela continuidade do crescimento, já que as famílias e empresas, com maior possibilidade de compra, preferem adquirir bens e serviços fora do Brasil.





O chefe do Departamento Econômico do BC atribui o déficit, principalmente, a viagens para o exterior feitas por famílias brasileiras. Nos primeiros nove meses deste ano, os brasileiros gastaram US$ 16 bilhões em viagens internacionais, contra US$ 11,4 bilhões no mesmo período de 2010. O resultado entre janeiro e setembro deste ano é igual a todo o gasto medido no ano passado. Os gastos de estrangeiros no País, nos primeiros nove meses de 2011, somaram US$ 4,9 bilhões, gerando um déficit de US$ 11 bilhões (mais gastos no exterior do que entrada de recursos no País com viagens).





Túlio Maciel afirma que o BC espera um arrefecimento dessa atividade para os próximos meses, já que esse setor é altamente influenciado pela alta do dólar. "Claramente o comportamento do câmbio no período influenciou esse resultado. Essa parte é muito sensível ao câmbio, as pessoas tornam se mais cautelosas ao gastar no exterior. Os primeiros números para outubro seguem mostrando cautela dos brasileiros nas despesas com viagens internacionais. Em outubro, percebemos uma evolução de despesas com viagens internacionais abaixo do que vínhamos observando até agosto", destacou.

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