Aplicativo segue bloqueado por 72 horas. Whatsapp teria se recusado a quebrar o sigilo de mensagens em investigação sobre tráfico de drogas.
A Justiça negou o recurso do Whatsapp
e, para desespero de muita gente, o aplicativo se mantém bloqueado por
72 horas. O desembargador Cezário Siqueira Neto, de Sergipe, negou a
liminar na madrugada desta terça-feira (3). O bloqueio recebeu muita
crítica.
Nas ruas de todo o país, a opinião era uma só.
“Eu achei um absurdo principalmente vindo de uma outra cidade e se
aplicar em um país inteiro. Eu não concordo não”, afirma o jornalista
Luiz Carlos Teixeira.
“Hoje é o pior dia da minha vida! Quero fugir desse planeta”, desabafa uma adolescente.
Especialistas em Direito e Tecnologia também criticaram o bloqueio do Whatsapp.
“É uma decisão bastante desproporcional. Porque o juiz tem um caso
concreto para julgar e ordenou a suspensão de um aplicativo que é
utilizado por mais de 100 milhões de pessoas no Brasil com impacto para
educação, para serviços de saúde, para economia e para comunicação de
muitos brasileiros”, afirma Luiz Moncau, do Centro de Tecnologia da
FGV-RJ.
A Anatel também considerou a medida desproporcional, porque prejudica todos as pessoas que usam o serviço.
O Whatsapp recorreu da decisão e disse que a medida pune mais de 100
milhões de brasileiros para "nos forçar a entregar informações que
afirmamos repetidamente que nós não temos”.
Esse foi o segundo bloqueio do Whatsapp no Brasil. Em dezembro do ano
passado, a Justiça de São Paulo determinou a suspensão do aplicativo,
que ficou fora do ar por doze horas.
Dessa vez, a ordem veio do juiz Marcel Maia Montalvão, do município de Lagarto, em Sergipe.
O juiz atendeu a um pedido da Polícia Federal.
O Whatsapp teria se recusado a quebrar o sigilo de mensagens em uma
investigação sobre tráfico de drogas que corre em segredo de Justiça.
Em março, o mesmo juiz mandou prender o vice-presidente do Facebook no Brasil, pela mesma razão. Depois, ele foi liberado. O Facebook é dono do aplicativo.
Para quem ficou na segunda-feira (2) sem o Whatsapp, o jeito foi
recorrer a outros aplicativos de conversa e à boa e velha ligação
telefônica.
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