Reblogue de Postagem principal do Sr. Marcelo Souza, origem /texto: Pág. Ugeirm Sindicato.
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Na última sexta-feira (27), aconteceu a formatura dos primeiros 220 policiais aprovados no último concurso da Polícia Civil. A formatura desta turma tem um significado especial para a instituição. Essa foi, provavelmente, a turma que mais lutou para ver o sonho de ingressar na instituição realizado. Os novos policiais civis, foram aprovados no concurso realizado em 2013. De lá para cá, foram muitas mobilizações, desde o governo Tarso Genro, para a efetivação da convocação dos novos Agentes.
Mobilização começou no início de 2014
A primeira atividade cobrando a convocação dos candidatos aprovados no concurso, foi realizada em abril de 2014. Em uma Audiência Pública convocada para tratar da falta de efetivo na Polícia Civil, os aprovado lotaram o Plenarinho da Assembleia Legislativa e cobraram a convocação dos novos policiais. Durante a Audiência, os representante dos aprovados se manifestaram, afirmando que a convocação dos policiais era uma necessidade da população gaúcha, que pedia mais segurança.
Essa foi a primeira de muitas mobilizações. No decorrer de 2014, foram realizadas mobilizações pelo interior do estado e reuniões com parlamentares e com o executivo. A reivindicação era bem clara, o aproveitamento de todos os aprovados no concurso realizado em 2013. Esta era uma necessidade da polícia gaúcha que, já naquele momento, contava com o menor efetivo da sua história.
Após a formatura da primeira turma, a pressão se intensificou sobre o governo Tarso Genro para a convocação de uma segunda turma, com os outros 650 aprovados no concurso. No fim do ano o governo cedeu à pressão. No dia 30 de dezembro de 2014, era publicado no Diário Oficial, o ato de convocação de todos aprovados no concurso da PC.
Sartori/PMDB assume e suspende convocação
Porém, o que parecia ser uma vitória dos aprovados, mostrou-se o início de mais uma etapa da luta para ingressar na Polícia Civil. Em um dos seus primeiros atos como governador, José Sartori/PMDB publicou um Decreto que suspendia todas as contratações no serviço público gaúcho. Com isso, estava cancelado o ato do governo Tarso Genro convocando os 650 policiais civis aprovados no concurso de 2013.
A resposta veio de imediato. Com apoio da UGEIRM, o movimento dos concursados realizou um grande Ato Público no Parque da Redenção em Porto Alegre. Com cartazes dizendo que “A principal vítima do decreto é a população” e uma simulação de “cena do crime”, desenhada no chão da Redenção, os concursados conclamavam a população a cobrar do governo a convocação dos novos policiais. Aquela seria a primeira manifestação da campanha de mídia e de mobilização “A principal vítima é você”. Vários outdoors foram espalhados por Porto Alegre, além de milhares de panfletos que foram distribuídos para a população.
UGEIRM também atuava no legislativo e no judiciário
Além da mobilização nas ruas, o movimento fez uma verdadeira peregrinação pelos gabinetes de deputados e pelos vários órgãos do Executivo, cobrando a convocação dos 650 aprovados no concurso. Em março de 2015, o movimento dos aprovados da Polícia Civil montou um acampamento na Praça da Matriz, cobrando do governador a convocação dos 650 aprovados. A mobilização chegou até o governador Sartori/PMDB que, pressionado, concordou em receber uma comissão do movimento. Apesar do gesto, o governador não apresentava, naquele momento, nenhuma perspectiva de convocação.
A mobilização prosseguiu durante todo o ano de 2015. Paralelo à mobilização, a UGEIRM continuava tomando medidas com o objetivo da convocação dos 650 aprovados. Na área judicial, a UGEIRM ingressou com um mandado de segurança pedindo a convocação imediata dos aprovados. Além disso, em 2015, a UGEIRM, junto com a ABAMF, elaborou uma emenda ao orçamento estadual, tentando garantir a verba necessária para a convocação dos novos policiais.
Sartori/PMDB cede, mas faz convocação “parcelada”
Finalmente, em junho de 2016, o governador Sartori/PMDB anunciava a convocação dos 650 aprovados no concurso de 2013. Pressionado pelos crescentes índices de violência, Sartori/PMDB anunciava, dentro de um pacote de medidas para tentar conter a violência, a convocação dos aprovados nos concursos da Polícia Civil e da Brigada Militar. Estava quase chegando ao fim uma bela história de luta e perseverança dos, agora, colegas policiais. Porém, como quase tudo no governo Sartori/PMDB, a vitória ainda não era completa. A convocação se daria em três etapas, com a primeira turma sendo convocada para começar a Acadepol apenas em novembro e as demais turmas até o fim de 2017.
A primeira turma está ingressando agora na Polícia Civil, enquanto a segunda já começou a cursar a Academia de Polícia e a terceira ainda aguarda a convocação para o meio do ano. O próprio “parcelamento” da convocação dos aprovados, mostra que o governador Sartori/PMDB só convocou os policiais como resultado da grande mobilização realizada. Daniel Pinho, um dos principais militantes do movimento pela convocação dos aprovados, afirma que “essa convocação foi fruto da nossa mobilização e da nossa vontade de ingressar na Polícia Civil. Se agora estamos nos formando e passando a integrar os quadros da polícia, devemos isso a uma grande luta, não só dos aprovados, mas de vários policiais e, particularmente, da UGEIRM que sempre nos apoiou e esteve do nosso lado nos momentos em que chegamos a pensar que esse dia não chegaria. Agora é continuar na luta em defesa da segurança pública e pela convocação de todos os aprovados que ainda não foram chamados”.
Daniel Pinho se refere aos cerca de 100 aprovados que ainda não foram chamados para cursar a Acadepol. Alexandre Lucatelli, outro integrante do movimento dos 650, afirma que “essa situação é absurda. O governo demora quase três anos para fazer a convocação e, quando faz, ainda parcela os convocados. Enquanto isso a violência aumenta e o efetivo da Polícia Civil fica cada vez menor. Se o governo tivesse realmente vontade política, os 650 aprovados já estariam se formando agora e indo para as ruas no combate à violência”. A UGEIRM está acompanhando de perto essa situação e fazendo gestões junto à Chefia de Polícia para que todos sejam chamados o mais rápido possível.
Luta agora é por novo concurso para a Polícia Civil
Finalizada essa etapa, o sindicato já começou a campanha pela realização de novo concurso para a Polícia Civil. Mesmo com a incorporação dos 650 novos policiais, o déficit de efetivo continua como o maior da história da instituição. Para o presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, “o ingresso dos novos colegas será, além de um importante reforço para a polícia civil, um acréscimo de qualidade na luta pelos direitos dos policiais e contra o desmonte da segurança pública. Esses novos policiais já demonstraram, antes mesmo do ingresso na polícia, que são lutadores valorosos e que não desistem diante das dificuldades. Com certeza, a população gaúcha estará muito bem servida com esses novos policiais. Que sejam bem-vindos à polícia civil e à luta em defesa da segurança pública”.
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