Durante um encontro com investidores americanos em Nova York, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira que em breve serão oferecidas novas quatro rodovias para leilão.
"As próximas rodovias a serem anunciadas serão as mais rentáveis", afirmou. "São projetos de 25 a 35 anos, dependendo da concessão", observou.
O ministro disse ainda que houve um "aperfeiçoamento das avaliações", no caso das rodovias.
"Fizemos uma definição mais clara de quais eram concessões mais ou menos rentaveis", disse.
'Modelo atrativo'
Durante o encontro, realizado a convite do Bank of America, Mantega apresentou o que definiu como "um modelo atrativo e lucrativo" de concessões.
Os investidores estrangeiros demonstraram interesse em participar do programa de concessões de infra-estrutura no Brasil.
"O investimento em infraestrutura será o dinamizador da economia do Brasil nas próximas décadas", disse Mantega.
O leilão das rodovias – realizado na semana passada - faz parte do chamado Programa de Investimentos em Logística, um imenso portfólio de projetos que promete atrair R$ 240 bilhões para a construção de estradas, ferrovias, portos e aeroportos e é, junto com as concessões do pré-sal, a grande aposta do governo para dar novo fôlego à economia brasileira
Dois trechos de estradas já foram leiloados: a BR 262, que liga o Espírito Santo a Minas Gerais, e a BR 050, que liga Minas a Goiânia. Os dois casos enfrentaram problemas como pouco interesse por parte das empresas, um indicativo de que podem surgir dificuldades nos próximos leilões.
Gás e petróleo
Sobre os leilões do setor de gás e petróleo, o ministro afirmou que "não há dúvida de que vai ser um sucesso".
Gigantes do setor petrolífero, como ExxonMobil, Chevron, BG e BP decidiram não participar do leilão do campo de Libra, cujo prazo de inscrição terminou na semana passada.
"As grandes ficaram dentro. Apenas algumas ficaram de fora", observou Mantega.
Também está prevista a oferta de ferrovias.
Segundo o ministro, está previsto um volume muito expressivo de concessões, "o que requer financiamento".
Mantega disse que BNDES, Caixa e Banco do Brasil vão participar, em parceria com setor privado.
"Já sabemos que R$ 1 milhão em investimento em infra-estrutura tem poder multiplicador, cria mais R$ 2 milhões a R$ 3 milhões", disse.
Dólar
Mantega disse também que a recente decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) de adiar o início da redução de seus estímulos monetários diminuiu a volatilidade e a turbulência do câmbio.
Segundo o ministro, o fato de o Fed ter dado uma definição mais clara do que pretende fazer acalmou o mercado.
"É bom para todos os emergentes", disse Mantega. "Todos tiveram estabilidade no câmbio. Isso cria condições melhores para os negócios."
Na semana passada, o Fed anunciou que irá manter seu programa de estímulos monetários de US$ 85 bilhões mensais.
O programa foi adotado pelos EUA após a crise financeira de 2008, para estimular a economia do país.
Nesta quarta-feira, Mantega participa, ao lado da presidente Dilma Rousseff, de evento sobre oportunidades de investimento no Brasil, no banco Goldman Sachs, em Nova York.
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