MP cria grupo para investigar políticos
Rodrigo Janot reforça estrutura para apurar denúncias de participação de parlamentares em desvios na Petrobras.
Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, criou um grupo especial com oito promotores para investigar as denúncias da Operação Lava Jato que envolvem políticos suspeitos de participar do esquema de corrupção montado na Petrobras e em grandes empreiteiras e que serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para isso, ele assinou na segunda-feira portaria estabelecendo prazo de seis meses para o trabalho e nomeando o procurador-regional da República Douglas Fischer, que tem experiência em investigações de casos de corrupção, como coordenador.
Douglas Fischer já trabalha como auxiliar direto de Janot,
em seu gabinete. Outro colaborador próximo do procurador-geral e com
experiência em apurar desvio de dinheiro público incluído no grupo é o
procurador Vladimir Aras.
Também membros da procuradoria-geral,
integram o grupo os promotores Andrey Borges, Bruno Calabrich, Fabio
Magrinelli e Rodrigo Telles. A equipe será completada pelos
procuradores do Ministério Público do Distrito Federal Sergio Cabral
Fernandes e Wilton Queiroz de Lima.
Em suas palestras o Procurador salienta que há déficit de servidores para trabalhar nesses casos.
META É AGILIZAR APURAÇÃO
O objetivo de Janot é permitir que esse grupo
trabalhe em paralelo com a força-tarefa que investiga os acusados cujos
processos tramitam na Justiça Federal do Paraná. Assim, o
procurador-geral espera dar mais agilidade aos trabalhos e enviar já no
mês que vem as primeiros denúncias ao STF.
Os processos serão separados porque políticos
com mandato têm fórum privilegiado e só podem ser julgados pelo Supremo.
E, em depoimento, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa,
beneficiado com a delação premiada, afirmou à Justiça que pelo menos 35
parlamentares estavam no esquema de desvio de recursos.